Admite-se que, pensando nessa parcela do eleitorado, muitos candidatos venham a apresentar programas específicos para esse segmento da população, tratando principalmente sobre temas da saúde, lazer e transporte.
Nas eleições previstas para outubro, mais de 480 mil eleitores com idade superior a 70 anos estão capacitados a votar no Paraná. É uma participação relativa a ser considerada e que deve ser apreciada com muita seriedade, pois pode decidir o rumo de uma eleição e não deve ser desprezada pelos eleitores e muito menos pelos candidatos.
Admite-se que, pensando nessa parcela do eleitorado, muitos candidatos venham a apresentar programas específicos para esse segmento da população, tratando principalmente sobre temas da saúde, lazer e transporte. Veremos surgir aqui e ali propostas e promessas versando sobre a distribuição gratuita de remédios, o aumento do número de leitos em hospitais para pacientes idosos, o desenvolvimento de centros hospitalares específicos, a construção de locais de convivência e outras com finalidades afins.
Por sua vez, nós eleitores passamos a ter uma melhor consciência e cobrar mais por políticas específicas para a saúde, previdência, combate à violência, medidas alternativas de atenção a idosos dependentes e habitação, que atendam às necessidades da faixa etária.
Num primeiro momento, essa temática é discutida nas assembleias dos fóruns e submetidas a debates nas conferências municipais, que estarão ocorrendo até o próximo mês de julho, em todo o estado. Essa consciência e cobrança, que ainda são tímidas e de pouca expressão, faladas em voz baixa e com pouco eco, começam a ganhar peso e representatividade, por serem recolhidas por entidades comunitárias e demais segmentos organizados da sociedade civil. Não temos dúvida de que ganhariam muito mais projeção ainda se fossem as tantas reivindicações acolhidas em programas ativos de partidos políticos.
Diante do crescente peso eleitoral, reforça-se a ideia de que os idosos não devem renunciar ao seu direito de votar, embora liberados, conforme estatui a legislação eleitoral vigente. Ao contrário, devem sim continuar tendo interesse pelos rumos da administração de seu município, do estado e do país. Devemos, portanto, fazer valer o peso da nossa representatividade, assentada no conhecimento adquirido ao longo desses muitos anos e, sobretudo, do nosso incontestável amadurecimento.
E é por isso mesmo que, embora dispensado, comparecerei às urnas para exercitar tão nobre compromisso, acrescido dos precedentes que são a demanda por orientação, cobrada por amigos e familiares mais jovens, confiantes na experiência de quem já tem tantas passagens pelo processo de escolha de seus representantes.
E aproveito para concitar aos meus tantos contemporâneos, que assim o façam, atentos à confiabilidade do discurso de candidatos, em especial no que concerne a assuntos interessando ao processo do envelhecimento, realidade que a todos diz respeito, não importa a faixa etária em que se situam.
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Janary Maranhão Bussmann, 71 anos, coronel da reserva da Polícia Militar e dispensado do voto obrigatório em 2010.
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