O office boy Ademir Estevam Cabral aceitou nesta quinta-feira (9) fazer uma acareação com o contador Antonio Carlos Atella Ferreira, que usou uma procuração falsificada para acessar os dados fiscais de Veronica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Cabral depôs nesta quinta-feira (9) à Polícia Civil de São Paulo sobre a quebra do sigilo.
O delegado José Emílio Pescarmona disse que vai propor a acareação a Atella caso o contador mantenha a versão de que foi Ademir que lhe entregou a procuração falsa usada no acesso de dados de Veronica. Atella tem depoimento marcado para esta sexta-feira (10) na Delegacia Seccional de Santo André, às 10h.
Ele deveria ter sido ouvido na quarta (8), mas não compareceu. O depoimento foi remarcado para esta quinta, mas o contador novamente não compareceu, alegando, por meio de seu advogado, que estava doente.
Em entrevista ao Jornal Nacional na semana passada, Atella afirmou que o pedido de acesso aos dados da filha do tucano havia sido feito a ele por Ademir. No depoimento prestado nesta quinta, o office boy negou envolvimento com o caso.
De acordo com a polícia, o office boy disse que Atella costumava passar a ele serviços, e não o contrário, como havia declarado o contador. Sobre a violação dos dados de Veronica Serra, Cabral negou que tivesse visto a procuração falsificada usada para acesso às informações fiscais da filha de Serra.
Segundo o delegado, Cabral teria relatado em seu depoimento que foi procurado por Atella, por telefone, no dia seguinte ao da entrevista ao Jornal Nacional, dizendo que precisava conversar com o office boy. Segundo o delegado, Cabral disse que o encontro acabou não ocorrendo.
Ademir prestou depoimento por duas horas e também colheu material grafotécnico, para comparação com a assinatura falsificada de Veronica Serra no documento usado para a quebra de sigilo. Em depoimento à Polícia Federal na semana passada, Atella também já havia fornecido amostras de sua caligrafia para comparação.
Sigilo telefônico
Além da possibilidade de acareação, a polícia espera também a quebra dos sigilos telefônicos de Ademir e de Atella. Segundo Pescarmona, o pedido foi feito à Justiça nesta quarta-feira. A polícia quer os registros telefônicos do período entre setembro e dezembro do ano passado. Os dados fiscais da filha de Serra foram retirados da agência da Receita Federal em Santo André no dia 30 de setembro.
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