O presidente da Câmara, do PMDB e candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer, defendeu nesta quinta-feira (7) que o PT e o PMDB façam um acordo para se revezar na presidência da Câmara nos próximos quatro anos. Temer minimizou ainda as críticas feitas no passado ao PMDB e a ele próprio por Ciro Gomes (PSB-CE), um dos novos coordenadores da campanha de Dilma. Para ele, a fala de Ciro está mais "conciliadora". Temer participou nesta manhã de reuniões com lideranças do partido na sede do PMDB, que fica na Câmara.
O revezamento que Temer propõe na presidência da Câmara tem como base um acordo que acabou beneficiando ele próprio. Em 2007, quando Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi eleito para o cargo, fechou-se um acordo de que na próxima eleição, em 2009, o PT apoiaria o PMDB, o que levou Temer ao comando da casa.
Para a legislatura que começa em 2011, porém, o PT tem a maior bancada, com 88 deputados, e o PMDB a segunda, com 79. Com base nisso, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), já defendeu que o comando da casa fique na mão de um petista. Temer, porém, quer uma nova versão do acordo.
Após reunião com Lula, governadores dizem que vão às ruas por Dilma "O PT e o PMDB fizeram as maiores bancadas, o que eu creio que vai acontecer, embora não queira tratar desse assunto agora, é repetir o que aconteceu nesta legislatura, onde um biênio será do PMDB e outro do PT. Terá uma conversação nessa direção, que é o que a lógica recomenda", afirmou Temer.
Campanha de Dilma
Candidato a vice de Dilma, Temer comentou também a inclusão de Ciro Gomes no núcleo de decisão da campanha. No passado, o deputado do PSB chegou a chamar o PMDB de "ajuntamento de assaltantes" e afirmou que Temer era o "chefe desta turma". O peemedebista contemporizou.
"Hoje eu vejo que o Ciro mudou sua fala, a fala dele hoje é mais conciliadora, evidentemente que o PSB é um partido importante para a aliança e a presença de alguém do PSB é fundamental para o comando da campanha", afirmou.
Temer minimizou também os pedidos de mais espaço na campanha feitos por lideranças do PMDB em reunião nessa quarta-feira (6) em Brasília. Para ele, já há uma decisão de ampliar os espaços do partido na campanha. "O PMDB está inserido na campanha. Já esteve no passado, com a minha atuação individual, viajando por todo o país. Hoje, digamos, o PMDB está mais incorporado à campanha, até por decisão do próprio núcleo da campanha".
Ele afirmou que algumas "feridas" que ficaram das disputas nos estados já foram curadas. Como exemplo ele citou Geddel Vieira Lima (PMDB), que foi derrotado por Jaques Wagner (PT) na disputa pelo governo da Bahia. O peemedebista baiano já anunciou seu engajamento na campanha de Dilma no segundo turno e Temer participará de um ato com ele já nesta sexta-feira (8).
Pré-sal
O presidente da Câmara também falou sobre a pauta até o final do ano. Com o excesso de medidas provisórias na pauta, Temer admitiu que o projeto que cria o fundo social e muda o modelo de exploração do pré-sal pode ficar para 2011. "É difícil, com quase 20 MPs na frente não é fácil".
Temer afirmou que vai estudar para ver se existe alguma possibilidade de fazer o projeto "furar a fila" das MPs, mas como ele mesmo admitiu essa chance é pequena porque o projeto é de lei ordinária e não trata de matéria penal ou processual.
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