Para o candidato ao governo do estado pelo PV, Paulo Salamuni, terceiro colocado com 1,41% dos votos, a disputa eleitoral de certa forma rendeu-lhe um mandato. Suplente do vereador Roberto Aciolli na Câmara Municipal de Curitiba, Salamuni vai assumir a vaga do colega de partido, que foi eleito deputado estadual. "Dormi candidato a governador e acordei vereador de Curitiba", resume.
Apesar da votação pouco expressiva, Salamuni faz um balanço positivo da campanha. "Para nós foi uma vitória. Montamos uma chapa própria para dar apoio local à candidatura da Marina Silva. Gastamos em torno de R$ 230 mil. Só o programa eleitoral dos meus adversários tinha um custo de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões cada. Não é possível competir dessa forma", analisa. Os quase 16% de votos dados à candidata do PV à presidência da República não tiveram reflexo na campanha estadual. "Imaginei que minha votação ficaria entre 2% e 3%. Mas não deixa de ser uma honra ficar em terceiro competindo apenas com ideias, sem os instrumentos que os outros tinham", reitera Salamuni.
"Nanicos"
Somados, os votos dados aos partidos nanicos não alcançaram 2% do total, menos que o número de votos em branco e nulos (3,4% e 5,3%, respectivamente). "O que nos prejudicou foi o voto útil: os lernistas contra os anti-lernistas. Virou uma espécie de Corinthians x Flamengo. A polarização engoliu todo mundo", analisa Luiz Felipe Bergmann, candidato pelo PSol.
Apesar de ter tido apenas 0,32% dos votos, Bergmann ficou satisfeito com o resultado. "Fomos para a campanha para debater o nosso projeto e isso, modéstia a parte, foi bem feito. Imaginava que pudéssemos ficar em terceiro lugar pelas manifestações de simpatia que recebi na rua. Mas o importante é que saímos com uma imagem muito positiva", destaca. Para ele, a eleição de Beto Richa representa um retrocesso político para o Paraná. "Vamos criar um bloco de oposição ao governo, até por instinto de sobrevivência nosso", promete.
Oposição é o que também pretende fazer Avanilson Araujo, do PSTU. "Não temos a ilusão de que o Beto Richa vai trazer qualquer benefício para os trabalhadores. Vamos ter um governo de direita e as forças de esquerda vão ter de se organizar", comenta o candidato, que teve apenas 0,07% dos votos. "Para nós, em termos de voto, está dentro do que tínhamos programando. Cumprimos o papel de apresentar o PSTU para o eleitor, nas principais cidades", declara. Ele reclama, porém, da falta de espaço na televisão e nos debates. "Se tivéssemos mais espaço para apresentação do nosso programa teríamos condição de ganhar mais votos. Venceu mais uma vez a força do capital milionário", argumenta.
Já Robinson de Paula, do PRTB, teve motivos de sobra para comemorar. Afinal, o próprio partido tentou inviabilizar sua candidatura. "Eu me considero um vencedor por ter chegado ao final da eleição. Foi uma votação boa (ele ficou em último, com 0,06% dos votos), apesar de todos os problemas que enfrentei com o partido. Se tivesse tido tempo para fazer campanha e mais apoio, teria feito mais votos", avalia.
Gilberto Gomes, do PCB, vice na chapa de Amadeu Felipe, também ficou satisfeito com o resultado (0,07% dos votos). "O PCB usa as eleições para buscar militância, por isso o resultado não é tão significativo. Mas é importante estar presente", conclui.
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