Na tentativa de cobrir o rombo financeiro da campanha da oposição à Presidência, a cúpula do PSDB resolveu que a arrecadação de recursos terá de se estender até o final do mês de novembro.
De acordo com o quadro analisado pelos tucanos, o partido está com mais de R$ 30 milhões no vermelho chegou a fechar o primeiro turno da eleição presidencial com R$ 22 milhões a menos do que precisava, diante de uma arrecadação de R$ 62 milhões.
Em almoço realizado ontem em São Paulo, o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), e Márcio Fortes, responsável pelo fluxo de arrecadação e despesa da campanha presidencial de José Serra, mergulharam nas planilhas para traçar o diagnóstico do que deve ser feito. O objetivo é evitar que fiquem dívidas para o diretório nacional do PSDB.
A legislação eleitoral prevê que o candidato que disputar o segundo turno deverá apresentar as contas consolidadas até 30 de novembro de 2010. Norma do Tribunal Superior Eleitoral permite que haja arrecadação de recursos em casos excepcionais.
PV
O candidato a vice na chapa de Marina Silva (PV), o empresário Guilherme Leal, bancou quase metade dos R$ 24,9 milhões gastos na campanha da terceira colocada na eleição presidencial. Em 22 doações distintas, o empresário, proprietário da rede de cosméticos Natura, repassou R$ 11,8 milhões, o equivalente a 47,5% do que arrecadou a candidata verde.
No início da campanha eleitoral, Marina Silva planejava gastar até R$ 90 milhões, mas o valor acabou sendo pouco mais de um quarto do limite registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
PT
A campanha de Dilma ajudou mais Marcelo Crivella (PRB), senador reeleito pelo Rio de Janeiro, do que Aloizio Mercadante (PT), que disputou o governo de São Paulo. Segundo números divulgados no site do TSE, a campanha da petista desembolsou o equivalente a R$ 169,125 mil para as candidaturas dos dois, dos quais R$ 92,5 mil (54,7% do total) ficaram com Crivella.
Dilma contribuiu com R$ 76,625 mil para Mercadante, do total de R$ 20,23 milhões em receita da campanha do PT ao Palácio dos Bandeirantes.
A campanha petista foi mais generosa com Crivella, uma das principais lideranças entre evangélicos. Crivella é sobrinho do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record.