Simpatizantes da campanha da petista Dilma Rousseff divulgaram ontem um vídeo, rapidamente transformado em hit na internet, que procura provar que o tucano José Serra simulou ter sido ferido durante caminhada no calçadão de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, na quarta-feira, mas teria sido atingido por uma bolinha de papel. O vídeo reproduz imagens levadas ao ar pelo SBT sobre a tumultuada caminhada do tucano, quando militantes do PT e do PSDB entraram em confronto.
A sequência mostra que o candidato leva a mão esquerda à cabeça, sem ferimento aparente, depois de falar ao telefone e 20 minutos após ter sido atingido pela bolinha. As imagens exibem momentos diferentes da caminhada, editados na ordem em que ocorreram. Primeiro, é possível ver cartazes com mensagens contra Serra e, depois, cenas das portas das lojas sendo fechadas. Em seguida, aparece o momento em que a bolinha de papel - ou de adesivos amassados - atinge a cabeça dele. Serra continua a caminhada.
O vídeo mostra imagens de brigas e empurrões entre os militantes. Na cena seguinte, a van do candidato deixa o local. O vídeo mostra então Serra, 200 metros adiante, tentando retomar a caminhada, ao lado do candidato derrotado ao governo do Rio Fernando Gabeira (PV).
A gravação do SBT não mostra o momento - acompanhado pela reportagem e fotografado pelo jornal O Estado de S. Paulo - em que Serra leva a mão direita à cabeça e é amparado até a van. Nenhum objeto foi captado nas imagens ou visto pela reportagem. Na versão dos tucanos, este foi o momento em que Serra foi atingido por um objeto pesado, provavelmente um rolo de papelão. Também não foi possível ver nenhum ferimento na cabeça do candidato.
'Grogue'
A sequência exibida em que Serra fala ao telefone e põe a mão esquerda na cabeça ocorreu depois de o tucano, dentro da van, ter colocado bolsa de gelo na cabeça e ter dito aos fotógrafos que ficou "meio grogue".
Gabeira disse ontem não ter visto o objeto que teria atingido o tucano, mas descreveu que foi "arremessado de distância mais ou menos curta, de trás para frente e de cima para baixo". "Ouvi o barulho de um choque e vi um impulso de Serra para frente. Ele pôs a mão na cabeça e disse estou tonto. Minha preocupação era que estivesse sangrando, mas vi que não tinha sangue e me tranquilizei", contou.
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