O resultado das eleições não acaba com o debate sobre o que vai acontecer com a economia do Brasil. A presidente Dilma Rousseff falou pouco sobre o tema na campanha e preferiu não anunciar um nome para o Ministério da Fazenda, como fez seu opositor. Agora, ela terá de mostrar como lidará com a inflação persistentemente alta, as contas públicas desarrumadas e o modelo aparentemente esgotado de crescimento estimulado pelo consumo (do governo e das famílias, via crédito fácil).
Essas não são questões fáceis de serem resolvidas, mas seria um bom primeiro passo o governo demonstrar que as encara como problemas reais, e não como circunstâncias provocadas pela crise internacional. A grande questão hoje em economia é: e se o governo continuar negando que há esses problemas para corrigir? Essa é de fato uma possibilidade e por isso é provável que a combinação de pessimismo do setor produtivo e volatilidade dos mercados financeiros continue até a apresentação do próximo ministro da Fazenda.
O Brasil tem hoje um ministro já demitido por Dilma e cuja palavra não representa o que será feito nos próximos quatro anos. Nos dois meses de transição para o segundo mandato, a presidente terá de deixar claro o que ela entende que está errado na nossa economia.
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