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Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial em janeiro de 2011 ao ser empossada presidente da República pelo antecessor, Luis Inácio Lula da Silva | Paulo Whitaker/ Reuters
Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial em janeiro de 2011 ao ser empossada presidente da República pelo antecessor, Luis Inácio Lula da Silva| Foto: Paulo Whitaker/ Reuters
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Resultado da eleição para presidente

Saiba como foi a votação de Dilma Rousseff e Aécio Neves em todo o país. Confira o resultado das eleições 2014.
  • Dilma Rousseff discursa em janeiro de 2011 após ser empossada presidente da República
  • Dilma Rousseff criança
  • A jovem Dilma Rousseff quando foi fichada como criminosa durante a ditadura militar
  • Dilma Rousseff responde a processo na Justiça Militar acusada de crimes contra a Segurança Nacional
  • Ao lado de Leonel Brizola. Ela filiou-se ao PDT na redemocratização e foi secretária de Minas e Energia com o governador Alceu Collares no Rio Grande do Sul no início da década de 90
  • Presidente Dilma toma chimarrão feito pelo mesário na seção onde ela votou, em Porto Alegre
  • A presidente Dilma Rousseff durante a campanha nas ruas de Porto Alegre
  • Dilma foi orientada pelo comitê de campanha a aproveitar os holofotes das Nações Unidas

Dilma Rousseff nasceu em um lar de classe média de Belo Horizonte, em 1947. Filha do meio de um imigrante búlgaro e uma professora carioca, teve uma infância tranquila, bastante próxima a mãe e aos dois irmão. Dilma começou o ensino fundamental no Colégio Sion, uma das instituições de ensino mais tradicionais de Belo Horizonte, só para meninas. Ali, pela primeira vez, Dilma conheceu a pobreza, por intermédio de ações comunitárias promovidas pelas Freitas do Sion.

Veja imagens da história de Dilma Rousseff

Da escola de formação católica, Dilma seguiu para o Colégio Estadual Central, onde o debate político fervilhava. Ali, a filha do meio da família Rousseff integrou grupos que recebiam aulas de teoria política e marxismo de estudantes mais velhos. O ingresso em organizações clandestinas de esquerda veio na sequência. Dilma militou na Colina e na Val-Palmares. Usou os codinomes de Wanda,  Lúcia e Maria. Dividia-se entre células do movimento, trabalhava com jornais revolucionários e esteve envolvida no planejamento do assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros. Segundo diversos relatos, Dilma não atuou nas ações armadas do grupo. Foi na clandestinidade que a militante conheceu o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, que viria a ser seu marido e pai da única filha de Dilma.

Em 16 de janeiro de 1970, quando já morava em São Paulo, Dilma foi presa em um bar na Rua Augusta, que servia de ponto de encontro da guerrilha. Entre janeiro e fevereiro de 1970, Dilma foi torturada por 22 dias seguidos, na sede da Oban (Operação Bandeirante). Foi submetida a choques, pau de arara e maus-tratos morais e psíquicos. A denúncia contra Dilma foi feita à Justiça Militar, em Juiz de Fora, em maio daquele ano. DIlma foi condenada e deixou a cadeia apenas em 1973.

Junto com o marido, que também havia deixado a cadeia, Dilma mudou-se para Porto Alegre, onde morava a família de Araújo. Lá, Dilma retoma os estudos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ingressa no serviço público.

A participação na política partidária deu-se primeiramente por meio do PDT, de Leonel Brizola. Pelo partido, Dilma foi secretária de Minas e Energia com o governador Alceu Collares (PDT). Repetiu a dose com Olívio Dutra, já filiada ao PT.

Em Brasília

Dilma desembarcou em Brasília para compor a equipe de transição de Lula, chefiada por Antônio Palocci, em 2002. A experiência como secretaria de Energia do Rio Grande do Sul e o desempenho na equipe de transição levaram Lula a nomeá-la para o Ministério de Minas e Energia. Lá, ganhou ainda mais atenção do presidente.

Cercado de quadros políticos, muitos com origem no sindicalismo, Lula viu em Dilma um perfil distinto. Pouco dada a discursos, a ministra usava suas audiências para falar de números e estatísticas e apresentar evolução em projetos do governo. Lula gostou do perfil gerencial e apostou em Dilma para substituir José Dirceu, que deixava a Casa Civil depois das denúncias do Mensalão.

Na Casa Civil, transformou-se na "gerentona". Era ouvida pelo presidente e temida por outros ministros e por assessores. Com a queda de figurões do petismo, como José Dirceu e João Paulo Cunha, Dilma foi a escolhida de Lula para disputar a presidência em 2010. Deu certo. A petista derrotou o tucano José Serra em 2010 com 56,05% dos votos válidos.

Na presidência, o mandato de Dilma pode ser divido em dois. Na primeira metade, a presidente discursou na ONU, demitiu ministros acusados de corrupção, ganhou a alcunha de faxineira e viu sua aprovação bater nos 73%.

A sombra de Lula, no entanto, ainda estava lá, personificada exatamente por quem a havia levado para Brasília: Antônio Palocci. O ministro representava uma política mais "liberal", presente durante o governo de Lula.

É a partir da saída de Palocci, que deixou governo depois da divulgação de uma reportagem mostrando que seu patrimônio havia aumentado em R$ 20 milhões em um ano, que Dilma inicia sua segunda fase no governo. Sem Palocci, sua visão "desenvolvimentista" da política econômica passa a ser dominante, sem contestação. É a partir daí, também, que o temperamento difícil e o estilo restrito de Dilma passam a incomodar aliados e gerar ruídos na base aliada. O estilo técnico, antes visto como qualidade, passa a ser encarado de outra maneira, como isolamento político e falta de traquejo. Nesses momentos de crise, era Lula que entrava em cena para aparar as arestas com aliados irritados e petistas descontes. Deu certo no governo e deu certo no conturbado processo eleitoral. A dobradinha garantiu ao PT sua mais difícil vitória eleitoral.

Agora, resta saber como se comportará a dupla em um segundo mandato de DIlma. Petistas históricos dão como certa a tentativa da presidente em estabelecer um estilo Dilma de governar , com aliados próprios, menos suscetível a indicações do ex-presidente. Lula, por outro lado, poderia voltar como candidato em 2018, ou vai pavimentar o caminho para um novo candidato petista que concorreria, é claro, com sua chancela e com apoios costurados por ele. Os próximos quatro anos dirão.

Dilma Rousseff

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