O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), criticou a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, por sua atitude em relação aos supostos casos de corrupção na Petrobras, apontados em depoimento pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef.

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Mais cedo, a presidente afirmou que o vazamento das informações contidas no depoimento são "estarrecedores".

"Mostra uma diferença de posição entre a candidata oficial e eu em relação à Petrobras. A presidente deu uma declaração em que considera este vazamento estarrecedor.Considero estarrecedor este depoimento, estas confissões. Um crime cometido sucessivamente ao longo dos últimos 12 anos. Assaltaram a maior empresa brasileira nas barbas deste governo e não há sequer uma reação de indignação da presidente", afirmou.

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Ao final da entrevista, Aécio retomou o tema e acrescentou que, se eleito, promoverá a investigação profunda das acusações. "A corrupção se institucionalizou no seio da maior empresa brasileira. Agora é o tesoureiro do PT, portanto, o que sustenta a estrutura partidária, é acusado de receber esses recursos desviados, da corrupção. É preciso que essas investigações avancem. Se eleito presidente, nós vamos a fundo. Vamos estimular todos os órgãos que já cumprem seu dever constitucional para que as investigações possam ir no limite do que seja e necessário e todos os culpados possam ser exemplarmente punidos", disse.

Aécio comentou ainda o início da campanha de segundo turno, com a adversária centrando as críticas no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e defendeu a gestão do tucano.

"Mesmo com cinco crises sucessivas, tivemos o mesmo crescimento médio da América Latina, o mesmo acontecendo no governo do presidente Lula, num cenário muito mais favorável. O governo Dilma crescerá em média dois pontos percentuais abaixo da América Latina", atacou, para em seguida acrescentar: "É desonestidade intelectual. Dilma já teve a possibilidade de reconhecer no passado realizações do governo Fernando Henrique".

MAIS 'MINISTROS'Aécio disse que anunciará na próxima semana outros nomes de seu Ministério, caso eleito. Até agora, apenas o nome de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda foi apresentado."No correr da próxima semana, podemos ter alguma novidade que sinalizar no mesmo patamar que representa Armínio Fraga. Estamos tendo algumas conversas finais e é provável que ao longo do tempo teremos mais um ou dois nomes", disse.

Sobre as pesquisas que apontam empate técnico com Dilma, com 51% das intenções de voto para ele e 49% para a petista, o tucano se disse "sereno":

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"Trato as pesquisas com serenidade. Não me considerei fora do jogo quando as pesquisas me apontavam num distante terceiro lugar. Agora estou longe de me considerar o candidato eleito porque estou alguns pontos à frente."

DIVISÃO DO PAÍSEm outra crítica ao PT, ele disse que Dilma incentiva o sentimento de divisão entre os brasileiros de diferentes regiões do país."É triste o início do segundo turno onde a presidente prefere ir naquela velha e perversa tentativa de dividir o Brasil entre nós e eles, entre Nordeste e Sudeste, entre Norte e Sul. A quem isso serve? Apenas ao projeto de poder do PT. Eu, ao contrário, quero unir o Brasil, todas as forças, todas as classes sociais", afirmou.

SEM ROMÁRIO E MARINAAécio passou o dia em seu apartamento em Ipanema, na zona sul do Rio. Telefonou para aliados, deu algumas entrevistas e foi no fim da tarde para o hotel Sheraton, onde concedeu a entrevista coletiva. À noite, encontrou-se com Armínio no mesmo hotel.

Durante o dia, havia expectativa de avanços nos apoios da ex-senadora e candidata derrotada à Presidência Marina Silva (PSB) e do senador eleito Romário (PSB), mas nada ocorreu.

Aécio disse que "cada um tem seu tempo" e que no tempo certo "Marina irá decidir". Sobre o ex-jogador, o tucano fez elogios ao seu desempenho como parlamentar e como atleta.

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