O ministro da Educação, José Henrique Paim, e a coordenadora de educação do programa de governo de Aécio Neves (PSDB), Maria Helena Guimarães de Castro, confrontaram visões sobre o ensino no país em uma sabatina realizada na FGV (Fundação Getulio Vargas), no Rio.
A exemplo do que ocorre nos debates entre a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e o próprio Aécio, a paternidade de programas na área motivou atritos e momentos divertidos entre os dois.
Em tom crítico, Castro criticou a ênfase dada pelo atual governo ao ensino superior. No começo do debate, ela afirmou que "qualquer país começa pelas crianças, o Brasil começou pelos doutores".
Ao longo da sabatina, o ministro tratou de evitar confrontos diretos. Sobre os investimentos dos governos do PT no ensino superior, Paim afirmou que se trata de "um falso dilema", uma vez que desde o Plano Nacional de Educação, aprovado em junho deste ano, estão estabelecidas metas claras para todas as faixas de ensino. "Trata-se de um falso dilema. O que temos de fazer e será possível agora é aumentar os recursos (para a educação) e melhorar a gestão", disse, destacando que os recursos obtidos com o pré-sal e os royalties do petróleo deverão resolver as carências de investimento na área, históricas no Brasil.
A educadora aliada a Aécio, desde já apontada como possível nome para compor a Esplanada em caso de vitória tucana, centrou críticas na condução do ensino médio. Ela disse colecionar explicações dos últimos ministros a cada resultado ruim que emerge das provas e testes. "Os problemas são gravíssimos no ensino médio, o currículo é horrível, fragmentado", afirmou Castro, que indicou ainda prioridade para investimentos na carreira para os professores e acenou com complementação remuneratória para tornar a atividade mais atraente para os jovens universitários."O currículo (do ensino médio) hoje não faz sentido para o jovem. Os professores não estão motivados e o currículo é esdrúxulo. Temos 13 matérias obrigatórias e o aluno não aprofunda nada", concluiu.
Aos jornalistas depois do encontro, o ministro reiterou a intenção do governo de, em um eventual novo mandato de Dilma, rever o currículo do ensino médio. Ele explicou ainda que os investimentos direcionados ao ensino superior nos governos do PT estão relacionados ao desenvolvimento do ensino básico, por meio da formação de professores.
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