Álvaro Dias é eleito senador
O senador Alvaro Dias, senador pelo Paraná desde 1999, terá agora mais 8 anos pela frente no cargo. Será a quarta vez que desempenhará o papel, por ter sido senador também entre 1983 e 1987. Com 100% das urnas apuradas, ele está eleito com 77% da preferência (4.101.848 de votos). Na segunda posição, Ricardo Gomyde, do PC do B, obteve 12,51% dos votos. Marcelo Almeida, do PMDB, 8,73%.
Os vencidos
Terceira colocada na disputa pelo governo do Paraná, a senadora Gleisi Hoffmann (PT), criticou a campanha feita por seus adversários, afirmando que buscou trazer propostas concretas para o debate. "Apesar das mentiras e das calúnias propagadas pelos adversários contra a nossa candidatura, fizemos uma campanha limpa, séria, baseada em propostas concretas de desenvolvimento para o estado", disse, por meio de nota. "Tenho certeza que contribuímos com o processo de discussão da situação política e econômica do nosso estado", acrescentou.
Na casa do senador Roberto Requião (PMDB), no Bigorrrilho, em Curitiba, o clima ontem após a divulgação do resultado das urnas era de decepção pela derrota do peemedebista. Mas também de alegria pela eleição para a Assembleia Legislativa do filho dele, Maurício (PMDB), que concorreu ao cargo usando o nome Requião Filho. O senador não quis conversar com a imprensa depois que Beto Richa (PSDB) foi confirmado como governador reeleito já no 1.º turno. Durante a contagem dos votos, pelo portão, foi possível observar o senador indo de um local para outro da casa por duas vezes.
Richa se reelegeu devido a fragilidade dos adversários somado a força do governo
Poder conquistado enquanto governador e fragilidade dos adversários. Para cientistas políticos, estes foram os dois fatores principais que contribuíram para a reeleição de Beto Richa (PSDB), que derrotou Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Requião, inclusive, chegou a estar praticamente empatado com Beto no início das pesquisas de intenções de voto, mas perdeu força.
PSC promove renovação forçada na Assembleia
A Assembleia Legislativa do Paraná sofreu um processo de renovação forçada: a votação expressiva de Ratinho Jr. (PSC) ajudou a eleger nove candidatos que nunca tinham exercido cargo na Casa. A bancada do PSC também inflou repentinamente, passando dos atuais dois deputados para 12 a maior, se não forem consideradas as coligações. A base de apoio ao governador Beto Richa (PSDB) também aumentou. O PT elegeu três parlamentares e viu a bancada ser reduzida em mais da metade. O PMDB também encolheu, perdendo cinco cadeiras.
Beto Richa (PSDB) venceu as eleições e será o governador do Paraná por mais quatro anos. Com 100% das urnas apuradas, o tucano obteve com 55,67% dos votos válidos - o que corresponde a 3.301.322 de votos.
RESULTADO: confira a apuração completa das eleições.
FOTOS: veja imagens da trajetória de Beto Richa
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O candidato Roberto Requião (PMDB) ficou 27,56% dos votos, o que equivale a 1.634.316 de votos. Já Gleisi Hoffmann(PT), a terceira colocada, conquistou 14,87%, o que corresponde 881.857 votos.
Ogier Buchi (PRP) teve 0,85% dos votos (50.446), Bernardo Pilotto (PSOL) fechou com 0,6% (35.327), Tulio Bandeira (PTC) obteve 0,23% (13.700). Geonísio Marinho (PRTB) recebeu 0,12% dos votos (7.303) e Rodrigo Tomazini (PSTU) fez 0,10% (5.726).
Superando o mestre
Apesar da falta de incentivo do pai, Beto Richa ingressou na vida pública para superar o próprio. Segundo mandato de governador é um feito que José Richa não conseguiu alcançar
Carlos Guimarães Filho
Carlos Alberto Richa (PSDB) ingressou na vida pública em 1994 quando eleito deputado estadual, apesar do contragosto do pai, o ex-governador José Richa (1934-2003). Posteriormente, continuou galgando cargos na política estadual. Foi reeleito em 1998; vice-prefeito de Curitiba, em 2000; prefeito da capital, em 2004 e 2008; e governador do estado, em 2010 e agora em 2014.
O atual governador aprendeu a fazer política em casa, com o pai e demais políticos que frequentavam a residência da família como Ulisses Guimarães [ex-deputado, ex-ministro e candidato a presidente em 1989] e Tancredo Neves [ex-presidente]. As advertências de que a "vida pública é muito difícil" não foram suficientes para que Beto optasse pela carreira de engenheiro civil, sua formação acadêmica.
E, parece que o ensinamento político foi bem assimilado, a ponto do discípulo superar o próprio mestre. O segundo mandato como governador do Paraná coloca o filho do meio de três irmãos em um patamar que o patriarca não conseguir alcançar. Nas eleições de 1990, José Richa tentou, sem sucesso, retornar ao cargo máximo do Executivo estadual, ocupado anteriormente em 1982. Na ocasião, ficou em terceiro colocado na disputa.
A reeleição de ontem para governador do Paraná tem ainda um gostinho especial para família. No longínquo ano de 1990, além do fraco desempenho nas urnas, o patriarca dos Richa assistiu Roberto Requião (PMDB) vencer o pleito após uma disputa acirrada com José Carlos Martinez (1948-2003), então candidato do PRN e apontado como favorito pelas pesquisas. Na época, o caso Ferreirinha, quando um suporto João Ferreira se identificou como matador de agricultores a serviço da família Martinez durante o horário político de Requião, foi fundamental para a derrota do candidato do PRN -- posteriormente, a Polícia Federal provou que Ferreirinha era apenas um ator. Passados 24 anos, a vitória de ontem ainda no primeiro turno por uma larga vantagem de votos eliminou as pretensões do senador de assumir o comando do Paraná pela quarta vez.
O segundo mandato como governador marca também o início da terceira década na vida pública de Beto, uma espécie de resposta aos ataques adversários de que nunca trabalhou e "acorda sempre depois das 11 horas da manhã", frase proferida diversas vezes por Requião. Mais que isso, a reeleição alça o governador do Paraná ao hall dos nomes de peso do PSDB para eventuais disputas em âmbito nacional, apesar do mesmo renegar tais pretensões. A posição fica ainda mais evidente em função da proximidade com Aécio Neves, influente na cúpula do partido. "Eu vim para o Paraná pegar um pouco do mel de Beto Richa", declarou o candidato a presidência na sua última passagem por Curitiba, dando ênfase a força de voto de Richa.
Casado e pai de três filhos, Beto terá os próximos quatro anos no comando do estado para reafirmar sua posição de bom administrador antes de qualquer pretensão nacional. O período é necessário para apagar eventuais rusgas da última gestão quando enfrentou a falta de dinheiro nos cofres públicos, o que desencadeou problemas como carros da polícia sem gasolina, racionamento na alimentação dos cães da mesma corporação e inúmeros rebeliões pelo estado, entre outros.
Além dos cuidados com o estado, o governador tem outra tarefa paralela: acompanhar a carreira política do filho mais velho, Marcello, 28 anos. Assim como José Richa, Beto desencorajou o herdeiro, sem sucesso. Marcello já ocupou o cargo de secretário de Esportes de Curitiba na gestão de Luciano Ducci (PSB) e participou diretamente da campanha de Beto para reeleição para governador. No momento, a lei impossibilita que Marcello dispute cargos no estado governado pelo próprio pai. Porém, talvez para desgosto de duas gerações da família Richa, ele gosta de política e parece que quer fazer carreira na vida pública.
Beto Richa se reelegeu pela Coligação Todos Pelo Paraná, formada pelo PSDB, PROS, DEM, PSB, PSD, PTB, PP, PPS, PSC, PR, SD, PSL, PSDC, PMN, PHS, PEN e PTdoB. A deputada federal Cida Borghetti (PROS) foi eleita vice-governadora do Paraná.
Veja fotos da trajetória de Beto Richa
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