Poder conquistado enquanto governador e fragilidade dos adversários. Para cientistas políticos, estes foram os dois fatores principais que contribuíram para a reeleição de Beto Richa (PSDB), que derrotou Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Requião, inclusive, chegou a estar praticamente empatado com Beto no início das pesquisas de intenções de voto, mas perdeu força.
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Segundo o cientista político da Universidade Federal do Paraná Adriano Codato, a candidatura de Requião estava enfraquecida devido à divisão interna dentro do PMDB parte da legenda apoiava Richa. "Participar do pleito sem o apoio total do partido ou do PT [que estava com Gleisi] tornou as coisas mais difíceis para ele. O Requião achou que bastava ser ele mesmo para satisfazer o eleitor. Mas não foi isso que aconteceu", avalia.
Em relação a Gleisi, o cientista político da Uninter Doacir Quadros afirma que ela ainda sofre com a falta de experiência em cargos eletivos no Executivo. O grande trunfo utilizado por ela durante a campanha foi seu trabalho como ministra-chefe da Casa Civil da Presidência e a parceria com o governo federal. "Gleisi tem uma competência já comprovada no segundo escalão de governo, mas ainda não tem experiência no Executivo, o que fragilizou e muito sua campanha no estado", afirma.
Capilaridade
Adriano Codato destaca ainda o apoio a Richa de pequenas e médias cidades do estado. "O governador possui uma força muito grande, principalmente no interior. Ele controla muitos recursos, então prefeitos acabam passando para a base do governo. Essa capilaridade de apoios e votos garante a reeleição."
Além disso, existe tradicionalmente uma preferência pelo candidato que tenta se reeleger, completa Doacir Quadros. "O candidato que é mandatário está com seu governo à disposição para o eleitor fazer esse balanço. Então aqui e em outros estados o candidato sai à frente", explica. Futuro
Para os especialistas, os próximos anos do governo Richa ainda são uma incógnita. Mas eles preveem que a relação com o governo federal deve melhorar, ao menos nos próximos dois anos. Para Quadros, o problema se dá a partir do terceiro ano de governo. "Isso ocorre porque as eleições vão se aproximando e pode haver um desencontro entre um governo e outro", diz.
Codato também acredita que os dois primeiros anos devem ser de dedicação ao governo, mas os dois últimos focados em eleições futuras. "Ela vai tentar se transformar numa liderança nacional do seu partido", resume.
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