Irregularidades
O desrespeito à legislação eleitoral foi observado em vários pontos de Londrina pela manhã, onde santinhos e cavaletes com propaganda eleitoral podiam ser encontrados. A rotatória das avenidas JK e Higienópolis, um dos locais mais explorados pelos candidatos durante a campanha, ainda abrigavam cerca de dez cavaletes no final da manhã. De acordo com o juiz eleitoral da 190ª zona, Mario Azzolini, denúncias feitas à Justiça Eleitoral informaram de alguns pontos da cidade em que santinhos foram despejados nas ruas. "Todas as providências estão sendo tomadas para a retirada desse material", garantiu o juiz no final da manhã.
Alvaro Dias vota acampanhado de Kireeff
O candidato à reeleição ao Senado Federal, Alvaro Dias (PSDB), que vota no Colégio Mãe de Deus, em Londrina, gastou mais tempo para votar com o sistema biométrico, mas aprovou a novidade. "Demorou mais que antes, mas é muito mais seguro." Ele chegou ao local acompanhado do prefeito Alexandre Kireeff (PSD).
Confiante na vitória, Dias já falava da responsabilidade que vem junto do grande número de votos que ele espera receber. "Precisamos mudar o país para melhor, através de grandes reformas."
Dali, Dias e Kireeff se dirigiram à Unifil, local que abriga a sessão em que vota o prefeito. Sem filas, Kireeff votou rapidamente.
A primeira eleição realizada com o sistema biométrico em Londrina ocorre com alguns aborrecimentos para o eleitor. Muita gente tem se dirigido ao local errado de votação e, em algumas seções, atrasos têm sido registrados por causa do novo sistema de votação por digitais. Até as 14h30, 22 urnas haviam apresentado problemas e sido substituídas em Londrina e Tamarana.
Acompanhe, em tempo real, a cobertura eleitoral da Gazeta do Povo
Guia do Eleitor: confira a ordem de votação na urna eletrônica
Guia do Eleitor: encontre seu local de votação e veja os documentos aceitos na hora de votar
De acordo com o juiz da 146ª zona eleitoral, Ademir Ribeiro Richter, os problemas decorrentes do sistema biométrico estão dentro do que era esperado pela Justiça Eleitoral em Londrina. "O principal problema tem sido na coleta da digital do eleitor. Os mesários foram treinados, mas alguns acabam movimentando demais o dedo na hora da coleta e o equipamento não consegue fazer a leitura."
O chefe de cartório da 146ª Zona Eleitoral, Willian Galera, ressaltou que o número de candidatos a serem votados nessas eleições também contribui para a demora. "Cada eleitor tem cinco candidatos para votar." Ele acredita que, em caso de segundo turno, a fluidez da votação já deve ser melhor.
Na sessão 133 da 42ª zona eleitoral, no Colégio Estadual Padre Wistremundo Roberto Perez Garcia, zona norte de Londrina, o eleitor Edson das Neves ficou mais de 1h30 para votar. "Estão dizendo que a sessão tem 263 eleitores e até agora só 110 conseguiu votar. A fila está enorme", contou ele, por volta das 14h.
Pela manhã, uma das sessões mais problemáticas era a 25 da 190ª zona eleitoral, na Escola Estadual Nossa Senhora de Lourdes, zona leste de Londrina. Por volta das 10h, a espera dos eleitores chegava a uma hora. "É uma vergonha. Eu voto aqui há muitos anos e nunca foi assim. Há idosos de 90 anos esperando uma hora na fila", reclamou o eleitor Rafael José Ferraro Cogo.
Representantes da Justiça Eleitoral presentes no local informaram que, por causa das escadas, os eleitores idosos foram concentrados na mesma seção. Com isso, mais de 90% dos votantes na seção 25 são idosos e enfrentam dificuldades para votar com o novo sistema, o que provoca a longa fila.
Outro aborrecimento que muitos eleitores londrinenses enfrentaram foi a mudança de local de algumas seções. Com o recadastramento dos eleitores, houve uma redistribuição das seções e muitas foram transferidas de local. Com isso, muita gente perdeu a viagem ao se dirigir para o local em que costumava até as últimas eleições.
De acordo com secretários de seções, a situação era frequente pela manhã, mas resultado da falta de atenção do eleitor, já que no cadastramento biométrico todos foram informados que deveriam confirmar o local da seção.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura