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A equipe de campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, reconheceu nesta terça-feira (29) que ele usou "ocasionalmente" o aeroporto de Cláudio, no interior de Minas, construído pelo governo do Estado nas terras de um tio do então governador.

Mesmo com a pista ainda operando de forma irregular, sem a homologação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a equipe de Aécio admitiu, sem especificar a quantidades de vezes, que ele utilizou o local. As informações foram publicadas na edição desta quarta (30) de "O Estado de S. Paulo".

A assessoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), vice na chapa de Aécio, repassou ao jornal documento intitulado "Voos ocasionais para a pista de Cláudio/MG; Aspectos da legalidade", que se refere a uma norma da Anac que permitiria "operação ocasional" de helicópteros em aeroportos não homologados.

Desde que a Folha de S.Paulo revelou no último dia 20 que o governo de Minas construiu um aeroporto de quase R$ 14 milhões num terreno do tio de Aécio, o candidato do PSDB se nega a responder se usou ou não o aeródromo, que fica a 6 km de seu refúgio predileto, a Fazenda da Mata, na zona rural da pequena cidade mineira.

A área foi desapropriada pelo Estado, mas o valor da indenização está em disputa na Justiça. Com isso, o registro da propriedade ainda está em nome do tio-avô de Aécio, Múcio Guimarães Tolentino.

Nesta terça-feira (29), em Brasília, ele voltou a repetir que era "irrelevante" dizer se usou ou não o local. Um primo de Aécio, que mantinha as chaves do aeroporto antes da publicação da reportagem da Folha, afirmou que ele sempre utiliza o local quando visita a cidade, uma "média de seis ou sete vezes por ano".

A Anac, que abriu investigação sobre o funcionamento da pista em Cláudio, contesta o argumento apresentado pela assessoria de Aloysio Nunes Ferreira. Segundo o órgão federal, a norma citada no documento só é válida para o uso de helicópteros e em helipontos ainda não homologados, o que não é o caso do aeródromo de Cláudio.

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