Candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos voltou a criticar o sistema de presidencialismo de coalizão - que chamou de "a velha política" alimentada pelo governo da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) - na manhã desta terça-feira, 05, em entrevista por telefone ao programa Faixa Livre, da Rádio Livre (1.440 AM), do Rio. Campos hoje tem extensa agenda no Rio.
"O que se faz hoje em Brasília é um pacto que divide pedaços do Estado e alianças com adversários históricos. Na Alemanha, os partidos fazem alianças, mas em torno de programas. É assim que o Brasil tem de fazer: alianças em torno de um pensamento", disse o candidato.
Campos, entretanto, não entrou em detalhes sobre como pretende sustentar as relações com o Congresso - para aprovação de leis e do orçamento, por exemplo - sem seguir o atual modelo de presidencialismo de coalizão.
"O modelo que aí está vem desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), depois no segundo governo Lula (PT) ficou mais evidente com o caso do 'Mensalão' e agora se imaginava que a presidente Dilma fosse quebrá-lo. Mas o que ela fez foi se entregar a esse tipo de modelo, o que não permite ao Brasil viver o encontro com essa energia renovadora da sociedade", afirmou o candidato. "Eu e Marina Silva, candidata a vice em nossa chapa, oferecermos ao Brasil a possibilidade de ser a única candidatura que dialoga com essa energia."
Campos criticou a política macroeconômica do governo federal e afirmou não serem diferentes as propostas de PSDB e PT nessa área. Perguntado se sua visão econômica seria parecida com a do candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, Campos negou: "A visão econômica mais parecida com a de Aécio é a que a presidente Dilma colocou em seu partido. Tanto PSDB quanto PT concordam em relação a isso: que a política econômica foi mantida em seus governos".
O candidato do PSB classificou a estagnação do crescimento da economia brasileira à "má governança". "O Brasil precisa voltar a crescer e a administrar melhor as expectativas. Economia não é ciência exata, tem a ver com expectativas e elas só têm piorado pela má governança e falta de confiança dos agentes econômicos no futuro do País. Quando você estimula o investimento produtivo e administra bem os recursos públicos, possibilita por exemplo a queda da taxa de juros."
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