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Comparação

Veja valores similares às doações feitas até agora e o que poderia ser feito com essa quantia:

R$ 1,5 bi é o investimento previsto para a saúde em Curitiba em 2015

R$ 1,9 bi foi o que o governo do Paraná investiu em obras e compra de equipamentos em 2013.

R$ 1,5 bi é o orçamento do Ministério do Turismo para todo o ano de 2014.

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Balanço

No Paraná, doações passam de R$ 50 milhões; PMDB lidera ranking

No Paraná, os candidatos do PMDB, partido com maior bancada na Assembleia Legislativa, foram os que mais receberam doações: R$ 9,7 milhões. Os do PSDB, que tem o governador Beto Richa como candidato à reeleição, vêm em segundo, com R$ 8,4 milhões. A tríade mais uma vez se completa com os candidatos do PT, com uma arrecadação de R$ 7,5 milhões. As três siglas são as que têm os principais concorrentes na disputa pelo Palácio Iguaçu – além de Richa, Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Candidatos do PP, com R$ 3,8 milhões, e PSC, com R$ 3,6 milhões, completam a lista dos cin­­co maiores arrecadadores. Ao todo, os candidatos que disputam as eleições no Paraná receberam mais de R$ 50,6 milhões.

Entre as doações direcionadas aos partidos, a ordem se altera. O PSDB foi o mais beneficiado, com R$ 1,63 milhão, seguido de perto pelo Solidariedade (SD), com R$ 1,6 milhão. O SD tem 33 candidatos a deputado estadual e cinco a federal. Um deles, líder do partido na Câmara, Fernando Francischini, concentrou a maior parte dos recursos: R$ 1,1 milhão. PMDB (R$ 581 mil) e PT (R$ 310 mil) aparecem em quarto e quinto lugares. No estado, as duas siglas são superadas pelo DEM, que recebeu R$ 655 mil.

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Em apenas dois meses de campanha, candidatos de todo o ­país que concorrem a um dos cinco cargos em disputa nas eleições de outubro já receberam R$ 1,668 bilhão em doações eleitorais. O valor corresponde a doações em dinheiro e serviços ofertados. O montante é maior do que o orçamento para o ano inteiro de alguns ministérios, como o de Turismo.

INFOGRÁFICO: Veja os partidos que mais receberam doações até agora em todo o país

Os dados foram informados à Justiça Eleitoral na 2.ª parcial da prestação de contas divulgada no início da semana e correspondem aos valores recebidos do início da campanha, em 5 de julho, até 27 de agosto. Os candidatos do PP foram os que mais receberam: R$ 312 milhões. O partido tem 736 filiados disputando vagas em Assembleias Legislativas, na Câmara e no Senado, além de quatro candidatos a governador e 11 a vice. Se o valor arrecadado fosse dividido igualitariamente, cada um teria cerca de R$ 415 mil para pagar gastos de campanha.

Na sequência, vêm políticos do PT (R$ 295 milhões) e do PSDB (R$ 266 milhões) – veja infográfico. Os candidatos do Partido da Causa Operária (PCO) ficaram na lanterna das arrecadações, com R$ 33 mil. Já os candidatos do PSB, partido de Marina Silva, receberam R$ 98 milhões e estão em quinto no ranking das arrecadações, atrás de integrantes do PMDB, com R$ 201 milhões. Os números se referem aos recursos recebidos diretamente pelos candidatos, provenientes de doações feitas por empresas, pessoas físicas e partidos – e também podem incluir dinheiro do fundo partidário.

Já o PMDB lidera as doações feitas por empresas e pessoas físicas aos diretórios e comitês financeiros dos partidos. A sigla declarou ter recebido R$ 226 milhões. Em segundo e terceiro voltam a aparecer PSDB (R$ 175 milhões) e PT (R$ 105 milhões), com os tucanos à frente. O PSB, que na primeira prestação de contas, quando o candidato era Eduardo Campos, havia recebido R$ 26 milhões, aparece com R$ 64 milhões, quarta maior arrecadação. O PP vem em sétimo, com R$ 45 milhões.

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O cientista político da Uni­­versidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Ranulfo Melo entende como natural o aumento de doações atrelado à melhora nas pesquisas eleitorais. Mas lembra que, na dúvida, as empresas costumam ser generosas com boa parte dos candidatos "esperando algum tipo de retorno." 

Poder

À exceção do PP, em primeiro nas arrecadações diretas dos candidatos, os três partidos que concentram as maiores arrecadações (PT, PSDB e PMDB) são também os que detêm mais poder na política nacional. Juntos, governam 19 dos 26 estados e Distrito Federal. O PSDB tem oito governadores, enquanto o PMDB tem seis e o PT, cinco. No Senado, o PMDB tem a maior bancada, com 19 integrantes, seguido por PT, com 13, e PSDB, com 12. As três siglas também se destacam na Câmara, onde o PT tem com 88 deputados; o PMDB tem 72. O PSD tem 45 parlamentares, um a mais que o PSDB. "Quem está no poder cultiva relações", explica Melo. Para ele, a preferência dos grandes doadores por quem está no poder ou tem perspectivas de chegar lá "não é uma relação imediata, um toma-lá-dá-cá, mas é para manter as portas abertas".

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