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Eduardo Campos e Beto Richa: tucano paranaense daria palanque no estado para o presidenciável do PSB | Orlando Kissner
Eduardo Campos e Beto Richa: tucano paranaense daria palanque no estado para o presidenciável do PSB| Foto: Orlando Kissner
  • Marina Silva e Requião: a vice na chapa do peemedebista é considerada um

A morte do candidato à Presidência Eduardo Cam­­pos pode remodelar a formação dos palanques e dos apoios na eleição ao governo do Paraná. O PSB de Campos tem sido um aliado de primeira hora de Beto Richa (PSDB) e faz parte da chapa de reeleição do governador. Já a vice de Campos, Marina Silva, embora esteja filiada ao PSB, sempre teve uma relação próxima com o senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB), adversário de Richa na disputa pelo Palácio Iguaçu. Além disso, um integrante do PSB, o ex-deputado Hermas Brandão, é coordenador da campanha do peemedebista.

● Leia a cobertura completa da morte de Eduardo Campos

A dobradinha do PSB com Richa teve início em 2004, quando o tucano se elegeu prefeito de Curitiba, tendo Luciano Ducci (PSB) como vice. Ducci assumiu a prefeitura em 2010, com a candidatura de Richa ao governo. Na última eleição municipal, em 2012, o governador e seus aliados posicionaram-se favoravelmente à reeleição de Ducci na disputa interna contra o então tucano Gustavo Fruet. A atuação pró-Ducci levou Fruet a sair do PSDB e ingressar no PDT, legenda pela qual ganharia a eleição.

Apesar da derrota de Ducci, a relação entre Richa e o PSB não se abalou. Em mais de uma oportunidade, Richa elogiou o ex-governador de Pernambuco. Em recente entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o governador declarou que a administração de Campos em Pernambuco era "hour concours" (sem concorrente, em uma tradução livre do francês). Na última segunda-feira, em evento na Associação Comercial do Paraná (ACP), Richa falou abertamente sobre um palanque duplo no Paraná, ao declarar que apoiava "os dois melhores candidatos à Presidência: Aécio Neves e Eduardo Campos".

Outro cenário

Com uma eventual candidatura de Marina pelo PSB, no entanto, o cenário seria outro. Marina tem se distanciado do apoio dado pelo PSB ao PSDB nos estados. Em evento realizado em junho, em Maringá, Marina separou-se de Campos justamente quando ele iria se encontrar com Richa. A ex-senadora também bateu de frente com a cúpula do PSB em São Paulo. Ela foi contrária ao apoio dado pela legenda à reeleição do tucano Geraldo Alckmin.

Como senadora, Marina Silva nun­­ca escondeu a afi­­nida­­de com Requião. Ela tam­­bém tem laços estreitos com a deputada federal Rosane Ferreira (PV), vice na chapa de Requião. As duas se aproximaram muito durante a passagem de Marina pelo PV e, até hoje, Rosane é conhecida como um dos "soldados de Marina".

"Em tese, Marina como cabeça de chapa prejudica o palanque para Beto Richa e beneficia a chapa Requião/Rosane", analisa o cientista político  Ricardo Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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