O candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSB, Tarcísio Delgado, disse, nesta quarta-feira, 13, em conversa com a imprensa, que o presidenciável Eduardo Campos, que faleceu na manhã de hoje, foi quem "deu a palavra final" para a sua candidatura no Estado. O diretório mineiro, que até então em eleições anteriores apoiava o PSDB, teve a sua candidatura própria no Estado por imposição do diretório nacional. Júlio Delgado, filho de Tarcísio e presidente do PSB-MG, e o ambientalista Apolo Heringer, chegaram a ser pré-candidatos, mas o nome escolhido foi o de Tarcísio.
â Leia a cobertura completa da morte de Eduardo Campos
"Campos teve total influência na minha candidatura. Foi ele que no minuto final deu a palavra de que precisava de alguém que carregasse a bandeira do seu partido em Minas e que optava pelo meu perfil para carregar essa bandeira. Foi o momento que eu tive que aceitar a candidatura, inclusive eu que não tinha propósito de ser candidato", lembrou. Ele reforçou que continuará com a sua candidatura, inclusive com aprofundamento, para "estar à altura de Campos". "A melhor maneira de honrar a sua memória é fazer o que ele queria que fosse feito", ressaltou.
Delgado soube da notícia na sede do partido na capital mineira. Na manhã de hoje, fez panfletagem no bairro Betania e voltou à sede do PSB-MG. Após saber do falecimento de Campos, cancelou todos os seus compromissos. "Estamos absolutamente consternados e perplexos com essa perda irreparável para o PSB e para o Brasil. O partido está perplexo. Esse momento é de profunda tristeza. Temos que celebrar a tristeza. Estamos profundamente consternados. (...) Estamos em luto. Luto profundo", disse, ao lado de sua vice, Sylvia Leão, a candidata ao Senado, Margarida Vieira, o secretário-geral do PSB-MG, Laudo Natel, da secretária Ana Paula Rocha e de militantes do partido.
O candidato informou que a campanha está suspensa até o sepultamento. Ele disse que irá ao velório e que Júlio assim que soube partiu de Brasília para São Paulo, acompanhar o resgate e ação das autoridades. "O legado de Eduardo é o exemplo de pessoa preparada para a vida pública, pessoa sensível, diferenciada dos nosso políticos tradicionais, trazia proposta inovadora. Acredito que até então era o melhor governador que o Brasil teve recentemente", falou, dizendo que não foi o Brasil que perdeu, Minas Gerais também.
Delgado não quis comentar a possibilidade de Marina Silva, vice de Eduardo Carmpos, assumir a candidatura à Presidência, e nem se mudará alguma coisa em seu programa eleitoral na TV. "Especulações podemos fazer depois. Estou muito em cima do desastre, não há o que especular nessa hora. O partido vai decidir no prazo legal dos 10 dias. Nessa hora estou na profunda tristeza", declarou.
Na garagem da sede do partido estão várias caixas com "santinhos" de Eduardo e Marina. Segundo militantes, seis toneladas de folhetos e adesivos chegaram ontem e foram para o interior e há um caminhão em trânsito com chegada prevista para amanhã. Em alguns materiais de campanha do Tarcísio também há imagens ou referências ao presidenciável.
- Avião com Eduardo Campos partiu do Rio sem problemas
- Moradores escaparam de queda de avião com ferimentos leves
- Ministros e Justiça lamentam morte de Eduardo Campos
- Band adia debate ao governo de SP
- Perícia encontra caixa-preta do avião em que Campos morreu
- Dupla solta fogos em local perto de queda de avião
- Campos pediu voto de garçom pela manhã antes de embarcar
- Piloto esperava chegada do segundo filho para outubro
- Não estava no script, diz mulher de Campos ao receber parentes e amigos
- Corpo de Eduardo Campos é levado ao IML para reconhecimento