A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva percorreram, nesta quinta-feira (21), o sertão de Pernambuco para vistoriar obras da transposição do rio São Francisco. Eles passaram por Cabrobó e Floresta, cidades cortadas pelo projeto, para gravar imagens para a propaganda eleitoral.
Em entrevista à imprensa, Dilma rebateu críticas sobre o atraso na entrega do projeto dizendo que "só não atrasa obra quem não faz". "Aqueles que nunca fizeram obra no Brasil, que nunca deixaram obras atrasadas, são aqueles que nunca planejaram", afirmou a candidata. O ex-presidente Lula não conversou com os jornalistas.
Com 477 quilômetros de canais, a transposição do rio São Francisco está dividida em dois eixos de transferência de água - norte e leste - e registra um atraso de quatro anos. O eixo leste, do qual faz parte Floresta, deveria ter ficado pronto em 2010; o norte, que passa por Cabrobó, em 2012. A previsão atual para que o empreendimento entre em operação é dezembro de 2015, e o custo, de R$ 8,2 bilhões.
Os rivais de Dilma na campanha presidencial usam o atraso no discurso contra o governo. O candidato do PSDB, Aécio Neves, costuma dizer que "o Brasil virou um canteiro de obras inacabadas" e, no ano passado, também foi à região da transposição para gravar imagens para o programa partidário tucano.
Dilma atribuiu o atraso à complexidade do projeto. "Acho que uma parte [do atraso] significou a chamada curva de aprendizagem. A segunda parte é a complexidade da obra. [Ela] é maior do que se supõe, principalmente quando você considera que não é pura e simples abertura de canais, mas é estação de bombeamento", afirmou a presidente.
A viagem da candidata petista ao projeto estava programada para o último sábado (16), mas foi adiada por causa do acidente aéreo que vitimou o ex-governador e candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, na quarta passada (13).
Antes da morte de Campos, os políticos aliados do PT no Estado, incluindo o candidato ao governo Armando Monteiro Neto (PTB), estavam se organizando para receber Dilma e Lula num grande ato político, que seria realizado no final de semana. Com a alteração da agenda, a viagem se resumiu à visita da presidente às obras da transposição. Dilma e Lula almoçaram em Floresta com os operários do empreendimento.
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