Justiça
PSDB pede cassação do registro de Dilma por suposto uso dos Correios
O PSDB entrou ontem com ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a investigação de uma série de ilegalidades supostamente cometidas pela campanha de Dilma Rousseff (PT) à reeleição. Entre os fatos citados está o uso dos Correios em benefício da presidente. Os tucanos pedem a cassação do registro de Dilma e de seu vice, Michel Temer (PMDB), e que eles fiquem inelegíveis por oito anos, além do pagamento de multa de até R$ 100 mil.
Segundo a ação, foram enviados mais de 4,8 milhões de folders da campanha petista pelos Correios, sem chancela. Além disso, a empresa teria se recusado a entregar material de propaganda eleitoral do presidenciável Aécio Neves e do candidato a governador de Minas Gerais Pimenta da Veiga, os dois do PSDB.
Em evento de campanha em Minas, Aécio ainda cobrou de Dilma "explicações" sobre o episódio − os Correios afirmaram que o serviço foi regularmente contratado e pago à vista pela campanha da petista. "Tive o cuidado de examinar a prestação de contas da candidata Dilma Rousseff. E a prestação de contas de 2 de setembro, na qual deveriam constar todos os pagamentos feitos até 31 de agosto, não consta nenhum pagamento para os Correios", atacou.
Em resposta, Dilma afirmou que a acusação de uso da máquina pública em sua campanha parte de quem "corre o risco de perder" a disputa. "Olha, é uma coisa interessante essa história [de uso da máquina] que aparece sempre quando alguém corre o risco de perder a eleição e que atribui responsabilidade aos outros", disse. Por meio da assessoria, a campanha da petista afirma que vai declarar os gastos com os Correios na prestação final de contas como prevê a legislação.
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No penúltimo dia de campanha antes da eleição, foi o segundo turno que dominou as declarações dos presidenciáveis. Com vaga praticamente garantida no dia 26 de outubro segundo as pesquisas*, Dilma Rousseff (PT) disse estar preparada para enfrentar qualquer adversário. Empatados tecnicamente, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) foram às ruas em busca de votos que podem assegurar o direito de enfrentar a petista no confronto direto pela Presidência da República.
Durante carreta em São José dos Campos, em São Paulo, Dilma afirmou não ter preferência por adversário na segunda fase da eleição. "Daqui para a frente, vamos lutar para apresentar nossas propostas para a educação, saúde, apresentando programas como o Pronatec e o Minha Casa, Minha Vida. Estamos preparados para enfrentar primeiro e segundo turno", declarou.
Candidata à reeleição, a petista fez uma avaliação positiva do debate realizado na TV Globo na noite da última quinta-feira, mas reclamou da falta de tempo para responder às perguntas. Segundo ela, no segundo turno, o debate entre apenas dois candidatos poderá ser mais produtivo.
Voto a voto
Ao lado do candidato a vice, Beto Albuquerque, Marina percorreu algumas ruas da Tijuca, na zona norte do Rio, em um jipe aberto e fez um rápido pronunciamento. Ela pediu aos eleitores que consigam pelo menos mais um voto e promovam "uma onda verde e amarela" que garanta a sua presença no segundo turno. "Quem pode ganhar e fazer mudanças é a Marina. O outro candidato é acostumado a perder para o PT", discursou, referindo-se a Aécio.
A ex-senadora disse estar claro que Dilma prefere enfrentar o tucano no segundo turno. "O PT quer o PSDB e o PSDB quer o PT. Há 20 anos eles se enfrentam. Ora ganha um, ora ganha outro. Mas agora somos uma nova força para romper essa polarização."
Já Aécio minimizou o tom das críticas que vinha fazendo a Marina ao longo das últimas semanas. Ele resistiu também em falar sobre uma possível composição PSDB-PSB na segunda fase das eleições. "Eu tenho enorme respeito por todas as candidaturas, em especial pela de Marina que disputa de forma competitiva a possibilidade democrática de estar no segundo turno. Eu só vou falar de segundo turno na hora em que o resultado for anunciado", afirmou o tucano, durante corpo a corpo numa favela em Belo Horizonte.
* Pesquisa Datafolha realizada entre 01 e 02 de outubro, com 12.022 entrevistados em 433 municípios. Margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. Registro no TSE é BR-00933/2014.
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