Dilma: “estamos preparados para enfrentar 1.º e 2.º turno. Não tenho preferência [por adversário].”| Foto: Paulo Pinto/ Analítica

Justiça

PSDB pede cassação do registro de Dilma por suposto uso dos Correios

O PSDB entrou ontem com ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a investigação de uma série de ilegalidades supostamente cometidas pela campanha de Dilma Rousseff (PT) à reeleição. Entre os fatos citados está o uso dos Correios em benefício da presidente. Os tucanos pedem a cassação do registro de Dilma e de seu vice, Michel Temer (PMDB), e que eles fiquem inelegíveis por oito anos, além do pagamento de multa de até R$ 100 mil.

Segundo a ação, foram enviados mais de 4,8 milhões de folders da campanha petista pelos Correios, sem chancela. Além disso, a empresa teria se recusado a entregar material de propaganda eleitoral do presidenciável Aécio Neves e do candidato a governador de Minas Gerais Pimenta da Veiga, os dois do PSDB.

Em evento de campanha em Minas, Aécio ainda cobrou de Dilma "explicações" sobre o episódio − os Correios afirmaram que o serviço foi regularmente contratado e pago à vista pela campanha da petista. "Tive o cuidado de examinar a prestação de contas da candidata Dilma Rousseff. E a prestação de contas de 2 de setembro, na qual deveriam constar todos os pagamentos feitos até 31 de agosto, não consta nenhum pagamento para os Correios", atacou.

Em resposta, Dilma afirmou que a acusação de uso da máquina pública em sua campanha parte de quem "corre o risco de perder" a disputa. "Olha, é uma coisa interessante essa história [de uso da máquina] que aparece sempre quando alguém corre o risco de perder a eleição e que atribui responsabilidade aos outros", disse. Por meio da assessoria, a campanha da petista afirma que vai declarar os gastos com os Correios na prestação final de contas como prevê a legislação.

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Aécio:
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No penúltimo dia de campanha antes da eleição, foi o segundo turno que dominou as declarações dos presidenciáveis. Com vaga praticamente garantida no dia 26 de outubro segundo as pesquisas*, Dilma Rousseff (PT) disse estar preparada para enfrentar qualquer adversário. Empatados tecnicamente, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) foram às ruas em busca de votos que podem assegurar o direito de enfrentar a petista no confronto direto pela Presidência da República.

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Durante carreta em São José dos Campos, em São Paulo, Dilma afirmou não ter preferência por adversário na segunda fase da eleição. "Daqui para a frente, vamos lutar para apresentar nossas propostas para a educação, saúde, apresentando programas como o Pronatec e o Minha Casa, Minha Vida. Estamos preparados para enfrentar primeiro e segundo turno", declarou.

Candidata à reeleição, a petista fez uma avaliação positiva do debate realizado na TV Globo na noite da última quinta-feira, mas reclamou da falta de tempo para responder às perguntas. Segundo ela, no segundo turno, o debate entre apenas dois candidatos poderá ser mais produtivo.

Voto a voto

Ao lado do candidato a vice, Beto Albuquerque, Marina percorreu algumas ruas da Tijuca, na zona norte do Rio, em um jipe aberto e fez um rápido pronunciamento. Ela pediu aos eleitores que consigam pelo menos mais um voto e promovam "uma onda verde e amarela" que garanta a sua presença no segundo turno. "Quem pode ganhar e fazer mudanças é a Marina. O outro candidato é acostumado a perder para o PT", discursou, referindo-se a Aécio.

A ex-senadora disse estar claro que Dilma prefere enfrentar o tucano no segundo turno. "O PT quer o PSDB e o PSDB quer o PT. Há 20 anos eles se enfrentam. Ora ganha um, ora ganha outro. Mas agora somos uma nova força para romper essa polarização."

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Já Aécio minimizou o tom das críticas que vinha fazendo a Marina ao longo das últimas semanas. Ele resistiu também em falar sobre uma possível composição PSDB-PSB na segunda fase das eleições. "Eu tenho enorme respeito por todas as candidaturas, em especial pela de Marina que disputa de forma competitiva a possibilidade democrática de estar no segundo turno. Eu só vou falar de segundo turno na hora em que o resultado for anunciado", afirmou o tucano, durante corpo a corpo numa favela em Belo Horizonte.

* Pesquisa Datafolha realizada entre 01 e 02 de outubro, com 12.022 entrevistados em 433 municípios. Margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. Registro no TSE é BR-00933/2014.