A reviravolta na última semana da campanha que levou Aécio Neves (PSDB) a ultrapassar Marina Silva (PSB) nas urnas restabeleceu, no segundo turno, a polarização entre petistas e tucanos. Para analistas políticos, isso deverá aumentar o peso da economia no embate entre os dois finalistas.
Na avaliação de Felipe Borba, professor de Ciência Política da UniRio, Dilma Rousseff (PT) vai insistir na estratégia de comparação entre os doze anos de governos do PT e os oito de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), especialmente nas áreas de emprego, renda e desigualdade.
Comparação
Aécio, por sua vez, tentará puxar o debate para o momento atual da economia, tentando limitar a comparação entre Dilma e Lula, já que a presidente tem resultados piores nos principais indicadores em relação ao antecessor.
"Em 2006 e em 2010, os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra não conseguiram superar essa comparação porque a conjuntura era excepcional. Hoje, existem condições diferentes porque a situação da economia não é boa", diz Borba, para quem a convicção com que Dilma defende sua política econômica a deixará mais segura nesse campo do que no da corrupção, mesmo com o baixo crescimento econômico. "Ela não foge desse debate."
Para a cientista política Christiane Romeo, a economia terá destaque no segundo turno porque Dilma e Aécio representam campos ideológicos claramente distintos nessa área.