O cientista político Christopher Garman, diretor do Eurasia Group para mercados emergentes, prevê que o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff será politicamente mais difícil. Em teleconferência para analisar o cenário pós-eleições, ele afirmou que a governabilidade da petista será mais complicada a partir de 2015 diante de um grau de lealdade estreito, do fortalecimento da oposição e de uma fragmentação partidária maior, que provocam um aumento do custo de transação para construir a coalizão no Congresso Nacional.
De acordo com o especialista, mais grave do que isso será a repercussão política dos índices de aprovação de Dilma caindo diante do cenário econômico desfavorável. Ele citou ainda o caso da crise na Petrobras, cujos detalhes das denúncias delatadas pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa devem vir a público a partir do próximo ano. Garman avaliou, porém, que é difícil mensurar esse impacto neste momento e que tudo vai depender do alcance e gravidade das denúncias.
O cientista político ponderou que, mesmo diante de todas as dificuldades e escândalos, a discussão sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma é "muito prematura". "Para ter um evento como esse, precisa ter um quadro econômico muito adverso e uma crise política muito aguda", afirmou, dizendo que não enxerga essas condições no momento. De acordo com ele, o cenário mais provável até agora é uma lenta e gradual queda na aprovação ao longo de 2015 e 2016.
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