Gabriel de Carvalho, de Matelândia, segue a maioria da cidade, vota em Aécio e faz propaganda| Foto: Kiko Sierich

Em uma das cidades mais aecistas do Paraná, não é di­­fí­­cil encontrar propaganda do candidato tucano no portão de algumas residências. Do trabalhador assalariado ao empresário, em Matelândia, a 75 quilômetros de Foz do Iguaçu, só se fala em Aécio.

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O prefeito Rineo Menon­­cin (PP), que faz parte da base de sustentação do governador Beto Richa (PSDB), dá um empurrãozinho para Aécio na cidade, mas a maior parte dos votos vem da decisão pessoal dos moradores.

A agricultora Ivanir Ma­­chado da Silva, 45 anos, é um exemplo. Com as mãos calejadas da enxada, ela vive em uma comunidade rural situada a 22 quilômetros do centro de Matelândia, no Campo do Bahia. Foi contemplada pelo programa do governo federal chamado Crédito Fundiário – para trabalhadores do campo comprarem imóvel rural. Conseguiu, mas não está nada satisfeita com o governo. "A gente tem que trabalhar pelo esforço da gente. As promessas de Dilma foram de um jeito e saíram de outro", frisa.

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Ivanir reclama que a terra onde foi assentada não é própria para o plantio, por isso ela cria vacas leiteiras e o marido é obrigado a trabalhar de pedreiro para garantir o sustento da família e a prestação mensal de R$ 2,6 mil do imóvel, onde não há água.

A necessidade de mudança, as condições precárias do serviço de saúde do Brasil e o temor que o país entre em um regime político parecido com o de Cuba e da Venezuela são algumas das justificativas dos moradores para apoiar o tucano. "O PT teve sua época boa, mas agora queremos mudança", diz o comerciante Evaristo Dal Col, 62 anos.

O agricultor Gabriel de Carvalho, 40 anos, tem estampado na frente de casa um cartaz que confirma a preferência pelo tucano. Ele conta que vota em Aécio em busca de mudança e fez questão de colocar a propaganda em frente de casa para afirmar a posição pessoal. "O Brasil tem bastante potencial e acreditamos na mudança. O PT já está há 12 anos no poder", afirma.

A cidade tem um assentamento rural, uma ocupação de terra, mas os moradores reclamam que foram esquecidos pelo governo.

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