Marina diz que querem rotulá-la como fundamentalista
A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse nesta terça-feira (2) que a informação divulgada na imprensa de que ela consulta a bíblia antes de tomar decisões importantes faz parte de uma estratégia de "pessoas de má-fé" para rotulá-la como fundamentalista
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (2) que o programa econômico da candidata à presidência Marina Silva (PSB) é temerário, pois contém "instrumentos que podem reduzir a atividade econômica".
"Por exemplo, reduzir o papel dos bancos públicos significa menos financiamento e juros altos", disse.
"Se depender só dos bancos privados, eles cobram taxas mais elevadas", afirmou Mantega, reforçando a crítica ao discurso de Marina, que defende uma presença menor do Estado na economia e uma participação maior dos bancos privados.
Mantega pontuou que defende uma participação "cada vez maior" dos bancos na economia, mas "sem que se tire os bancos públicos disso".
Segundo ele, a redução de subsídios hoje adotados pelo governo elevaria o custo de aquisição de máquinas e equipamentos.
Entretanto, dados divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (29) apontaram para uma desaceleração da economia brasileira. De acordo com o IBGE, o PIB brasileiro caiu 0,6% no segundo trimestre na comparação com os três primeiros meses deste ano. Como o resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente), segundo parte dos economistas, o país entrou em recessão técnica.
Embora o governo negue que o país esteja em recessão, a política econômica da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, foi duramente criticada pelos demais presidenciáveis durante o debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan na segunda-feira (1º).
Inflação
Mantega também afirmou ser "temerário" combater a inflação com um aumento "muito grande" do superavit primário -diferença entre o que o governo ganha e o que ele gasta, poupança que é usada para pagamento dos juros da dívida pública.
"O choque de primário pode ser temerário, pode paralisar a atividade", defendeu."Inflação se combate com firmeza, como temos feito, com política monetária firme, elevação das taxas de juros, mas não a volta ao passado, que é a elevação da taxa de juros para 20%, 30%, 40% como foi praticado antes do nosso governo", completou.