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Entidades sindicais ligadas ao PT preparam uma série de manifestações contra pontos do programa de governo da ex-senadora e candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que anunciou formalmente apoio à candidatura petista, fez um chamamento às entidades de todo o País para que se mobilizem contra a proposta de disciplinar a terceirização de mão de obra incluída no programa de Marina.

"Estamos discutindo formas de reação ao programa dela (Marina) em alguns pontos, como a terceirização. Isso atende a um chamamento da CUT nacional. Não sei se ela (Marina) vai voltar atrás. Se não voltar, vamos fazer o que fazíamos no governo Fernando Henrique Cardoso, já que a linha é a mesma", disse Adi dos Santos Lima, presidente da CUT São Paulo e coordenador do comitê sindical em apoio ao candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha.

O programa de Marina, no capítulo sobre "Economia para o Desenvolvimento Sustentável", defende "disciplinar a terceirização de atividades com regras que a viabilizem". Além da CUT, várias entidades sindicais preparam manifestações contra pontos do programa de governo de Marina. O Sindicato dos Bancários de Brasília e a CUT Brasília preparam para esta terça-feira, 9, um ato na porta do Banco Central (BC) contra a promessa da candidata do PSB de dar autonomia formal ao órgão, caso seja eleita.

A Confederação Nacional dos Bancários, também ligada à CUT, trabalha na elaboração de material de divulgação sobre a autonomia formal e também contra a proposta de Marina de reduzir o papel dos bancos públicos no mercado financeiro.

"Alguns pontos do programa nos preocupam muito. Um deles é a redução da atuação dos bancos públicos e o fim do crédito direcionado. O Comando Nacional dos Bancários se reuniu na quinta-feira, 4, e decidiu fazer um material para esclarecer a sociedade e a categoria que essas propostas são um risco", disse a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

Na página 59, o programa de governo de Marina diz que em 2008, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, "os bancos governamentais expandiram agressivamente sua atuação (...) e a ampliação do crédito continuou à custa de redução da participação do setor privado. A expansão do crédito corporativo concedido por bancos públicos teve caráter concentrador".

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço político de Lula, e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, ambos ligados à CUT, também preparam manifestações contra as propostas de Marina. Nos dois casos o objetivo é a defesa do pré-sal.

Petrobras

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne a maior parte dos funcionários da Petrobras, marcou um grande ato para o próximo sábado de manhã, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. Na convocação, a federação promete a presença de Lula, que ainda não confirmou a participação. Na sexta-feira, 5, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido apoia a manifestação dos petroleiros e insinuou que o programa do PSB pode levar à privatização da Petrobras.

O programa de Marina cita apenas uma vez o pré-sal, defende a redução da dependência da matriz energética brasileira em relação ao petróleo, mas admite que a mudança será lenta. Em entrevistas, Marina negou que vá negligenciar o pré-sal e disse que vai destinar o dinheiro do petróleo para projetos nas áreas da saúde e da educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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