O senador e candidato à reeleição por São Paulo Eduardo Suplicy (PT) afirmou nesta quinta-feira, 4, entender que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também condena os ataques da campanha da candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff, dirigidos à adversária do PSB, Marina Silva. De acordo com Suplicy, Lula acredita, assim como ele, que a campanha da petista deve ser propositiva e mostrar os feitos dos doze anos de governo do PT.
"Pelo que vi hoje da cobertura dos jornais da visita de Lula à Bahia, a postura dele é exatamente a de ressaltar aspectos positivos e não criticar uma pessoa que foi ministra no próprio governo dele", disse Suplicy, após abrir a série de encontros com candidatos ao Senado promovido por Ordem dos Advogados do Brasil, secção São Paulo (OAB-SP), Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) e Associação Paulista do Ministério Público (APMP), na capital paulista.
Suplicy critica publicamente a estratégia da campanha de Dilma de espalhar um sentimento de medo no eleitor caso Marina seja eleita, semelhante às campanhas que o PT sofreu dos adversários antes da eleição de Lula, em 2002. Ontem, o programa eleitoral da campanha de Dilma na TV chegou a mencionar o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello em referência à eleição de Marina Silva.
Na palestra realizada na sede da OAB-SP nesta manhã, o candidato defendeu a manutenção da maioridade penal como está na legislação atual, mas disse que nada impede discussões de mecanismos para a recuperação de jovens infratores, inclusive com mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
"Maioridade penal é uma cláusula pétrea, mas é possível modificar o Estatuto da Criança e do Adolescente para que o infrator possa ficar mais tempo em poder do Estado para passar por medidas socioeducativas", afirmou Suplicy.