O ministro-chefe da secretaria geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, rebateu nesta quinta-feira (10) as declarações do candidato à presidência pelo PSDB, o senador Aécio Neves, de que a presidente Dilma Rousseff tentou se apropriar politicamente da Copa do Mundo e que agora pagará o preço da eliminação.
Carvalho chamou de "desprezíveis" as declarações do senador e afirmou que não faz sentido vincular a Copa com as eleições. Segundo Carvalho, a história brasileira recente mostrou que houve casos em que o Brasil perdeu a Copa e a situação ganhou e vice-versa.
Ele aproveitou ainda para ironizar o tucano, ao dizer que as declarações de Aécio são próprias de quem quer aparecer na imprensa e de quem está em uma situação difícil na disputa eleitoral. "Em relação a essas declarações do candidato Aécio Neves, eu acho totalmente desprezível esse tipo de fala, própria de quem precisa arrumar uma linha por dia para aparecer na imprensa. É natural. Eu compreendo a situação dele. É uma situação difícil. Ele está vendo que aquilo que eles apostaram que não daria certo deu certo", disse, em coletiva de imprensa no Rio.
"Então, [a pessoa] começa a ter uma certa criatividade, a fazer frases de efeito. (...) Eu não vejo, sinceramente, sentido nenhum [na declaração], nem merece resposta esse tipo de afirmação", completou Carvalho.
Segundo o ministro, o governo "quebraria a cara se tentasse tirar proveito da Copa para as eleições da mesma forma que vai se dar mal quem acha que agora uma derrota dessa muda a eleição".
Ele avaliou que só haveria essa possibilidade - de influência no pleito do resultado do torneio - se a organização fosse um "estrondoso fracasso". Segundo ele, o governo teria passado atestado de incompetência se não tivesse dado conta de realizar o evento, o que não aconteceu.
"Dissemos desde o começo que não fazia sentido fazer uma vinculação entre Copa e eleições. Qualquer estudo da história do Brasil mostra que essa relação, essa tese, não se sustenta. Eu vi Copa em que o Brasil ganhou e a oposição venceu e que o Brasil perdeu e a situação ganhou. É bobagem", afirmou.
"O único risco que nós teríamos seria se a Copa fosse um estrondoso fracasso. Se de fato nós tivéssemos passado vergonha perante ao mundo e não dado conta de realizar esse evento, ai sim se diria que teríamos passado atestado de incompetência e isso poderia interferir na análise da capacidade de gestão desse ou daquele governante. Mas, sinceramente, da minha minha parte, está claríssimo [que isso não ocorreu]", disse.
Ele admitiu, no entanto, que houve um erro de fiscalização e de construção do viaduto que desabou em Belo Horizonte (MG), resultando na morte de duas pessoas e em dezenas de feridos. Ele lembrou que o viaduto foi feito com recursos federais, mas era de responsabilidade da prefeitura local.
"Aí cabe uma crítica ao poder público, que poderia ter fiscalizado melhor a construção do viaduto. Felizmente ele não estava pronto, nem aberto ao público, porque o desastre poderia ser maior", disse.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Câmara vai votar “pacote” de projetos na área da segurança pública; saiba quais são