No Distrito Federal, com 100% das urnas apuradas, o candidato ao governo pelo PSB, Rodrigo Rollemberg, está eleito com 55,56% dos votos válidos. Jofran Frejat (PR) saiu derrotado com 44,44% dos votos.
No primeiro turno, Rollemberg já tinha a preferência da maioria dos eleitores do Distrito Federal e conseguiu 45,23% dos votos válidos. Frejat tinha a preferência 27,97% dos eleitores.
É a segunda vez que Rollemberg se candidata ao governo do Distrito Federal. Na primeira, em 2002, ele obteve o terceiro lugar no pleito.
Perfil
Eleito governador do Distrito Federal neste domingo com 55,7% dos votos válidos, Rodrigo Rollemberg será o primeiro integrante do PSB a governar a capital do país. Aos 55 anos, o senador e ex-deputado federal e distrital derrotou Jofran Frejat (PR), aliado ao tradicional grupo político que governou o DF por seis mandatos.
O nome de Rollemberg cresceu nas eleições deste ano após a renúncia de José Roberto Arruda (PR), que saiu da disputa em razão da Lei da Ficha Limpa. Ex-governador do DF, Arruda liderava as pesquisas quando desistiu da corrida eleitoral e foi substituído por Frejat-indicando a mulher, Flávia, para vice do candidato do PR.
A troca não foi suficiente para garantir a escolha de Frejat, o que representa uma derrota política de Arruda e Joaquim Roriz, ex-governador que se elegeu quatro vezes para comandar o DF. Roriz apoiou Arruda e Frejat, mas não se lançou na disputa por problemas de saúde.
Rollemberg foi aliado do governo federal durante o governo Lula e parte da gestão Dilma Rousseff, mas rompeu com a petista depois que o PSB nacional deixou a aliança com o governo para lançar Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República.
O ex-governador de Pernambuco morreu em acidente aéreo em agosto, o que levou o PSB a lançar Marina Silva (PSB) como candidata.
Na véspera do acidente, Campos conversou por telefone com Rollemberg e sentenciou que o aliado seria governador do DF se Arruda desistisse da disputa -o que se concretizou neste domingo.
Rollemberg é nascido no Rio de Janeiro, mas se mudou com a família para Brasília em 1960, ano da fundação da capital federal. Filiou-se ao PSB em 1985, seu único partido político, e se elegeu pela primeira vez em 1998 para deputado distrital.
Foi secretário de Turismo do DF no governo de Cristovam Buarque (PDT) e, no governo Lula, ocupou a Secretaria de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia. É casado há 34 anos com Márcia Gonçalves, tem três filhos e uma neta.
Em 2002, concorreu ao governo do Distrito Federal, mas acabou derrotado por Roriz. Também foi deputado distrital por duas vezes, no DF, e federal por um mandato -eleito em 2006.
Em 2010, Rollemberg se elegeu senador com mandato até 2019, mas vai renunciar à vaga para assumir o governo do DF em janeiro. No Senado, ele será substituído pelo suplente Hélio José Lima (PT). Há quatro anos, Rollemberg chegou a denunciar que o suplente era acusado de abusar sexualmente de uma sobrinha. Pediu para o PT substituí-lo na chapa nas últimas eleições, mas o partido manteve o nome de Lima na suplência.
Atualmente filiado ao PSD, Lima nega as acusações e diz que foi inocentado judicialmente do suposto crime. Lima vai assumir a vaga de Rollemberg em fevereiro de 2015.
TREM DA ALEGRIARollemberg é servidor efetivo do Senado depois de ter assumido um cargo de confiança em 1980. Ele acabou efetivado na função dois anos depois no conhecido "trem da alegria" que transformou servidores contratados sem concurso na instituição em efetivos -tema que foi explorado por seus adversários ao longo da campanha no DF.
Em sua defesa, Rollemberg afirma que a prática era comum na época, uma vez que o Senado efetivou todos os servidores que estavam em situação similar à sua.
No início deste ano, o nome de Rollemberg foi citado em uma investigação da Polícia Federal que apurou denúncia de compra de votos nas eleições de 2010, em que era aliado do atual governador do DF, Agnelo Queiroz (PT). Segundo a denúncia, os dois estiveram em um churrasco onde a PF suspeitava da prática de compra de votos.
O STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou o pedido de investigação.
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