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Em luto pela morte de Eduardo Campos, o diretório do PMDB do Paraná decidiu que fecharia as portas até segunda-feira (18). O ato, porém, pode ser entendido como uma maneira de evitar que ocorra, nesta sexta (15), a reunião convocada porRoberto Requião (PMDB) para deliberar sobre a dissolução da Executiva do partido no estado -- e eventual convocação de uma comissão provisória já na mesma reunião. Nem o diretório regional do PSB, partido de Campos, encerrou as atividades em luto.

Assessores de Requião afirmam que a reunião vai ocorrer de qualquer maneira, mesmo se tiver que mudar de local ou "arrombar a porta". O encontro consta da agenda do candidato e está marcada para às 14h. Já a assessoria do diretório do PMDB garante que o prédio estará fechado e ninguém mais teria a chave a não ser o porteiro, que não irá trabalhar nesta sexta.

O jurídico do PMDB no estado já acionou o Conselho de Ética do partido, alegando que a reunião não teria fundamento legal para dissolver a Executiva. Para a ala do presidente da Executiva, Osmar Serraglio (PMDB), apenas o diretório nacional teria esta competência.

O deputado Stephanes Jr., 3º vice da Executiva, evitou dizer que o diretório fechará as portas por causa da reunião. "Ninguém sabia que o Eduardo ia morrer. Cada um demonstra respeito como quer", disse. Ele também desqualificou a atitude do colega de sigla. "É uma atitude ditatorial e desrespeitosa do Requião, além de ser ilegal. Ele tem que respeitar as decisões do partido. Nós ganhamos a convenção e fomos eleitos [para a Executiva]. Ele ganhou a convenção para ser governador e ninguém está incomodando ele", pontuou.

Pelo estatuto do PMDB, a dissolução é prevista se houver comprovação de irregularidade e se a decisão for tomada por maioria do diretório hierarquicamente superior. O grupo ligado a Requião afirma que a Executiva incitou a infidelidade partidária ao dar carta branca aos membros para fazerem campanha a qualquer candidato e não necessariamente a Requião. Também diz que o diretório está acima da Executiva, e por isso poderia tomar a decisão.

Queda de braço

Em mais um episódio da queda de braço entre as duas alas do partido, Requião tenta dissolver a Executiva, composta por maioria de membros mais ligados à candidatura de Beto Richa (PSDB) que do peemedebista.

A racha interna do partido no estado é evidenciada até por divergências na gravação de programas eleitorais para a TV. Aliados de Serraglio afirmam que o grupo de Requião estaria pressionando para que a imagem dos candidatos esteja atrelada à do senador. Assessores do senador negam a pressão.

Alguns, como o próprio Serraglio, preferiam não ter a imagem vinculada a ele. Esta semana, em conversa com jornalistas, ele disse que confeccionou dois tipos de santinhos: com e sem a imagem de Requião. "Se eu chegar em algumas cidades com material do Requião, tem prefeito que vai rasgar", disse.

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