Com uma das propostas mais incisivas dentre os principais candidatos, a equipe econômica de Marina Silva (PSB) defende a independência total do Banco Central. A ideia, que tem como um dos mentores o economista Eduardo Giannetti da Fonseca (foto), é preservar o órgão de pressões políticas. Com isso, a aposta é de uma maior proximidade do mercado e, consequentemente, uma diminuição das expectativas de inflação.
Segundo o coordenador de macroeconomia da Universidade Federal da Bahia, Josué Mourão, a tentativa é interessante. "Muito dos resultados negativos dos últimos meses é fruto de um pessimismo. Trabalhar para arrefecer a expectativa de inflação futura é inteligente", afirma.
A equipe ligada à candidata do PSB defende também pouca intervenção do órgão no controle do câmbio. A proposta é que a entidade se faria presente "ocasionalmente para eliminar excessos pontuais de volatilidade", segundo o plano de governo. Segundo o professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fernando Ferrari, essa política pode ser prejudicial. "Pode ser um tiro no pé tirar do Banco Central este recurso. A tendência, inclusive, é de que isso não seja eficiente para reverter o processo inflacionário", opina.
Assim como a equipe de Aécio Neves, os economistas liderados por Giannetti defendem a recuperação do tripé econômico. No programa de governo, o objetivo é trazer a inflação para o centro da meta em doze meses de administração.
Neste caso, a retomada do crescimento econômico também seria adiada para o segundo ano de mandato. "Gianetti tem dito que vai controlar inflação de maneira mais firme que o atual governo, com contenção da atividade econômica, ou seja, com baixo crescimento ou recessão", afirma o economista Bruno De Conti, professor do Instituto de Economia da Unicamp.
Além disso, a equipe da candidata do PSB defende uma reforma tributária com redução dos impostos sobre o faturamento de empresas, desoneração de investimentos e fim da guerra fiscal.
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