Candidata rebate e compara Dilma a Collor
A candidata Marina Silva (PSB) respondeu ontem as críticas feitas pelo programa eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT) na televisão, que comparou a ex-senadora aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello, considerados "salvadores da pátria". Marina fez uma crítica velada a Dilma e disse que uma pessoa "que nunca foi eleita nem vereadora e foi eleita presidente do Brasil, aí sim poderia parecer Collor de Mello".
A petista se elegeu em 2010 sem nunca antes ter disputado uma eleição para cargos públicos. Apesar de a campanha petista tentar associar a candidata do PSB a Collor, o senador de Alagoas é aliado do governo e já declarou apoio à candidatura da presidente Dilma.
Em sabatina promovida pelo jornal O Estado de S.Paulo, Marina relembrou sua trajetória política e afirmou que a "sociedade brasileira conhece os valores que defendo e a luta que tenho há mais de trinta anos".
Aécio
Marina aproveitou para estocar também Aécio Neves (PSDB). Sem citar o tucano nominalmente, ela afirmou que nomear ministros antes da eleição reflete "uma certa insegurança". Em debate na TV Band, na semana passada, Aécio nomeou o economista Armínio Fraga como ministro da Fazenda de um eventual governo do PSDB.
Folhapress
Os principais adversários de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial deflagraram ontem uma ofensiva contra ela. A presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) usaram o horário eleitoral da tarde de ontem para tentar desconstruir a imagem da adversária. No programa, a campanha petista chegou a comparar Marina a Jânio Quadros e Fernando Collor. Já Aécio tentou estabelecer diferenças entre os dois "candidatos da mudança", ele e Marina. "Tem gente que acha que é só tirar o PT do governo e tá tudo resolvido", disse o senador.
O tucano, inclusive, fez ontem o mais duro ataque a Marina. Ele acusou Marina de plagiar o Programa Nacional de Direitos Humanos lançado por Fernando Henrique Cardoso em 2002 e distribuiu documento em que mostra trechos idênticos ao plano tucano no programa de governo divulgado pela candidata na semana passada. Ele definiu Marina como uma "metamorfose ambulante" e ressaltou que, por anos, a ex-senadora militou no PT.
Senado
Os ataques também repercutiram no Senado. Numa ação orquestrada pela campanha à reeleição da presidente Dilma, o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), subiu ontem à tribuna para atacar Marina. Costa acusou Marina de fazer a "velha política", se unir a "raposas", adotar o "obscurantismo" em suas propostas e ser o "FHC de saias".
O petista disse que Marina, se for eleita, vai "baixar a cabeça" ao mercado financeiro e retomar a política neoliberal do governo FHC. "Será uma FHC de saias. A proposta de Marina é deixar que a mão do mercado regule tudo. É dar autonomia total ao Banco Central, coisa que nem o Fernando Henrique deu."
A ordem no comando da campanha de Dilma é mobilizar seus aliados no Congresso e nos estados para direcionar os ataques à candidata do PSB sem que a própria presidente tenha que atacá-la. Os aliados de Dilma começaram a campanha mirando os ataques em Aécio, mas agora avaliam que Marina é adversária a ser combatida.
Ministro e governador
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também atacou ontem os projetos da área econômica de Marina. Para Mantega, o programa de governo da candidata tem instrumentos que podem parar a economia brasileira. "Combater a inflação com aumento muito grande do [superávit] primário, um choque de primário, também pode ser temerário porque pode paralisar a atividade econômica", avaliou o ministro.
Já o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), fez duras críticas a Marina, a quem chamou de "canoa furada", "conservadora" e "reacionária". Cid ainda afirmou que, caso eleita, Marina "será deposta" após dois anos de governo. Cid, assim como seu irmão Ciro Gomes, fizeram parte do PSB até setembro do ano passado, quando romperam com o partido para continuar na base de apoio de Dilma.
Internacional
A edição eletrônica do jornal britânico Financial Times publicou reportagem ontem sobre as eleições no Brasil. Com o título "Rivais tentam parar o crescimento de Marina Silva", o texto destaca a estratégia mais dura da presidente Dilma Rousseff . A reportagem nota, porém, que a ex-senadora se dobrou a pressão religiosa e voltou atrás em posições sobre direitos civis. "Marina Silva, a nova candidata carismática da concorrida campanha eleitoral do Brasil, ficou sob o fogo feroz de seus rivais no segundo debate presidencial", diz a reportagem. "Dilma Rousseff, que ainda goza de apoio entre os assalariados de baixa renda, advertiu sobre como Marina Silva cumpriria suas promessas",cita a matéria.
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