A campanha da presidente Dilma Rousseff pediu nesta quinta-feira (27) ao Google para retirar do ar, na internet, um vídeo que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo votos para candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. O vídeo original foi gravado por Lula em apoio à candidata do PT ao Senado em Goiás, Marina Santana, mas a montagem mostra a logomarca da campanha de Marina Silva no início e no final do vídeo.
Além do pedido ao Google, a campanha de Dilma também vai ingressar com representação na Justiça Eleitoral por propaganda eleitoral irregular para que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apure a autoria do vídeo. O PT ainda vai pedir ao Ministério Público Eleitoral para investigar o caso por considerar que houve prática de falsidade ideológica de cunho eleitoral.
A ofensiva ocorre no momento em que as pesquisas de intenções de votos mostram a vitória de Marina no segundo turno das eleições em um eventual confronto com Dilma. A candidata do PSB está em segundo lugar na disputa, segundo as pesquisas, abrindo mais de seis pontos percentuais em relação ao candidato Aécio Neves (PSDB). Dilma permanece em primeiro lugar.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que a campanha de Dilma não atribui a autoria do vídeo a aliados de Marina, mas quer ter a certeza que de não foi o PSB quem realizou montagem. "Eu, como tenho princípio de boa fé, não acuso ninguém. Acho que as pessoas são inocentes, até provem o contrário. É um princípio universal nem sempre usado aqui no Brasil", disse Falcão.
O presidente do PT convocou entrevista coletiva exclusivamente para criticar a montagem, que já circula nas redes sociais. O petista mostrou as duas versões, a original e a montagem, e disse que o PT não vai tolerar "informações inverídicas" que sejam veiculadas na internet. O vídeo mantém as legendas da versão original, mas retira o trecho em que Lula menciona o apoio à candidata ao Senado - e não a Marina Silva.
"Nós fizemos uma declaração inicial de que a nossa campanha nas redes seria movida por princípios éticos. Não difundiríamos informações inverídicas, não atacaríamos os adversários. Consideramos de extrema gravidade, queremos botar um freio, deter esse tipo de campanha com a qual nos deparamos hoje com um vídeo grosseiramente fraudado e infelizmente traz marca oficial da campanha da candidata do PSB", disse Falcão.
Se o Google não retirar o vídeo do ar, Falcão disse que o partido vai ingressar com uma ação civil, na Justiça comum, para que ele deixe de circular na internet. Depois de identificada a autoria, o PT vai definir se pedirá punições ao autor da montagem.
O coordenador jurídico da campanha de Dilma, Flávio Caetano, disse que o autor do falso vídeo cometeu crime de violação de direito autoral e de imagem do ex-presidente Lula. "Se não for retirado pelo Google, a ação na Justiça comum poderá solicitar. Vamos tomar essa providência um pouco mais para frente", afirmou.
'Tosco'
Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, a campanha de Marina Silva (PSB) à Presidência da República informou que recorrerá ao Ministério Público e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar a origem do vídeo. Em nome da coligação - PSB, Rede Sustentabilidade, PPS, PPL, PHS, PRP e PSL -, a nota "denuncia como tosco e fraudulento" o vídeo. Na versão original, Lula pede votos à deputada federal Marina Sant'Anna (PT), que concorre ao Senado por Goiás.
A campanha pede que o MP e o TSE determinem a abertura de inquérito e tomem providências para identificar o responsável pela montagem e veiculação da imagem. "A coligação repudia o uso indevido da imagem de sua candidata e da marca da aliança. Expediente dessa ordem contraria os princípios éticos que caracterizam a candidata Marina Silva e os partidos que integram nossa coligação, empenhados em uma campanha eleitoral republicana e propositiva", diz a campanha.
Veja o vídeo:
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