Em sabatina promovida pelo Rotaract (ala jovem do Rotary) na noite de ontem, na PUCPR, em Curitiba, o governador Beto Richa (PSDB) focou seu discurso na comparação de sua administração com a gestão anterior, do ex-governador e senador Roberto Requião (PMDB). "Nos deparamos com muitas dificuldades no estado quando assumimos: o estado praticamente quebrado, com R$ 4,5 bilhões em dívidas", afirmou o tucano. Um dia antes, na posse da nova diretoria da Associação Comercial do Paraná (ACP), Richa já havia feito críticas principalmente a Requião a quem aparentemente escolheu como adversário preferencial em seus últimos pronunciamentos públicos.
Richa apresentou dados de investimento da sua gestão, contrapondo os números aos do governo Requião. Um dos principais pontos explorados por ele foi a segurança pública. Segundo o governador, a administração anterior deixou o Paraná com o menor contingente de policiais militares per capita do Brasil. "Um governo que está com dificuldades financeiras não contrata policiais como fizemos. Não compra viaturas modernas como fizemos."
O governador, porém, admitiu problemas pontuais na área da segurança. "Realmente houve uma questão de falta de gasolina em uma determinada delegacia, mas isso foi um problema burocrático de repasse [de verba] entre as secretarias da Fazenda e da Segurança Pública. Antes [na gestão Requião] não faltava gasolina porque nem havia viaturas."
Richa também negou que, em seu governo, tenha faltado ração para os cachorros da Polícia Militar. "A licitação para a compra da ração teve um problema, que acabou sendo passado para a imprensa. Mas nunca houve chance de faltar ração para os cachorros. Nunca faltou. No governo anterior, o que não faltava mesmo era ração para os cavalos", disse, em uma referência à denúncia de que o governo do estado arcou com as despesas de cerca de 80 cavalos de propriedade de Requião durante a gestão do senador.
O tucano afirmou ainda que, em sua gestão, o Paraná conseguiu reduzir a dívida pública e avançou em competitividade. "Recuperamos a confiança do investidor com segurança jurídica, atraindo empresas e gerando empregos."
Mais cedo, em entrevista à ÓTV, Richa admitiu que a ausência do PMDB em seu palanque prejudica sua campanha pela reeleição. Segundo ele, seria bom ter os peemedebistas a seu lado. Mas ele disse achar normal que o partido tenha decidido pela candidatura própria. Mas aproveitou para cutucar o adversário: "Se o Requião viesse disputar comigo no PSDB, não teria um voto".
Na entrevista, Richa também afirmou que não retirou ações judiciais contra as empresas de pedágio. Segundo ele, foram retirados apenas os processos que já perderam objeto, como os que pretendiam evitar aumentos da tarifa já concedidos.
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