Orientado por seu corpo de advogados a não conceder entrevistas, até que a pendência eleitoral tenha fim e todos os recursos esgotados, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) disse a interlocutores nesta quarta feira, 24, que recebeu mais de 60 ligações em seu celular, segundo ele manifestações de solidariedade, "de gente irritada (com a decisão que pode afastá-lo da disputa eleitoral) inclusive de gente importante".
"Tenho a consciência que eu sou a ficha mais limpa da cidade de São Paulo", ele disse a um velho conhecido. "Quando ando pela cidade me orgulho das obras que eu fiz."
Ele planeja novas carreatas até as eleições. NesSa quinta-feira, 25, vai às ruas em uma carreata pela região do Brás, na capital paulista, e estima que no próximo dia 5 de outubro poderá repetir a performance das eleições de 2010, quando recebeu quase 500 mil votos. "Perdi para o Tiririca", comentou com um outro conhecido. "Pelas ruas de São Paulo onde passo em carreata eu vejo a gratidão por tudo o que está acontecendo no Brasil, o pessoal reconhece hoje que quem trabalhou muito por São Paulo foi Paulo Maluf."
A um outro interlocutor ele demonstra inconformismo com o fato de ter sido condenado por improbidade. "Esse túnel (Ayrton Senna) tem mais de 18 anos, passa debaixo do lago do Ibirapuera e nunca caiu uma única gota. Devo me arrepender de ter construído?"
Recurso
Procurador pela reportagem, Maluf não deu retorno. A assessoria de sua campanha, contudo, divulgou nota afirmando que ele vai apresentar recurso interno ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a decisão da Corte que na terça, vetou sua candidatura à reeleição para a Câmara.
Por quatro votos a três, o TSE aplicou a Lei da Ficha Limpa para impedir a candidatura de Maluf, que, em dezembro de 2013, foi condenado por improbidade administrativa - quando prefeito de São Paulo (1993-1996), ele autorizou a construção do túnel Ayrton Senna, obra superfaturada, segundo o Ministério Público Estadual.
Na nota, os advogados do parlamentar afirmam que vão entrar com recurso "pleiteando esclarecimentos sobre pontos controvertidos contidos na decisão acerca da sua candidatura a deputado federal".
"Enquanto isso o deputado está autorizado a continuar com sua campanha eleitoral, aparecendo no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e a fazer campanha nas ruas", diz a nota, subscrita pelos advogados Eduardo Nobre e Patrícia Rios e por seu assessor de imprensa, Adilson Laranjeira.
"Por força do referido recurso a questão permanece sub judice, o que autoriza a candidatura do sr. Paulo Maluf à deputado federal conforme o artigo 16-A da Lei Federal número 9.504 e artigo 17 da Resolução 23.404 do TSE", assinala o texto.
O artigo 17 dispõe que "o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à sua campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito para a sua propaganda, no rádio e televisão".
fonte: Estadão Conteudo
- Dilma não mudaria política industrial, diz coordenador de programa
- Amaral diz que PSB terá que negociar caso Marina seja eleita
- Recessão vem de erros do governo, diz vice de Marina
- PSB minimiza pedido de direito de resposta do PT
- Lula: manter Dilma é questão de responsabilidade
- Marina diz que pretende discutir fator previdenciário
- Após barrar Maluf, Gilmar Mendes diz que é hora de repensar a composição do TSE
- PT vai ao TSE contra fala de Marina sobre a Petrobras
- Aécio Neves vem a Curitiba para encontro com lideranças da Região Metropolitana
- Ibope: posts sobre eleição dobram nas redes sociais
Polícia isola prédio do STF após explosão de artefatos na Praça dos Três Poderes
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast