Desde o início oficial da campanha eleitoral, em julho, até a primeira quinzena de setembro, o número de posts relacionados à política no Twitter aumentou em 27% - de 1,1 milhão para 1,4 milhão - e as mensagens sobre as eleições mais do que dobraram - de 249 mil para 536 mil. Agora, quase 40% das manifestações são sobre a disputa eleitoral, segundo dados da ferramenta Ibope - Redes Sociais, lançada em agosto pelos serviços de notícias da Agência Estado Broadcast e Broadcast Político.
Nesse período, a presidente Dilma Rousseff (PT), que concentrava 91% de todas as postagens - 5% eram sobre o candidato Aécio Neves (PSDB) - teve de dividir a atenção com os outros candidatos. Agora, 45% dos posts se referem a Dilma, 39% à candidata Marina Silva (PSB) e 16% a Aécio. Durante a campanha, Dilma saiu de 2,3 milhões para 2,7 milhões de seguidores enquanto Aécio passou de 32 mil para 90 mil seguidores. Desde que assumiu a candidatura, em agosto, Marina saiu de 906 mil para 987 mil seguidores.
Do início da campanha para cá, as postagens ficaram, na média, mais negativas para Dilma e Aécio. Segundo o índice de sentimento desenvolvido pelo Ibope, que atribui mais pontos quanto mais positivas forem as mensagens para o candidato, Dilma caiu de 43 para 36 e Aécio, de 51 para 34. O índice de Marina, que passou a ser medido depois que ela assumiu a candidatura no lugar de Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo no dia 13 de agosto, está em 47.
Entre julho e setembro, os debates na Band, no dia 23 de agosto, e no SBT, dia 1º de setembro, estiveram entre os picos de menções aos três principais candidatos.
Marina
No caso de Marina, as menções explodiram também a partir do lançamento do seu programa de governo, no dia 29 de agosto. Causou especial barulho no Twitter a errata da campanha em relação às propostas para a população LGBT. Marina decidiu voltar atrás na defesa do casamento gay e da criminalização da homofobia no mesmo dia em que o pastor Silas Malafaia usou o microblog para criticar as propostas. "Aguardo até segunda uma posição de Marina. Se isso não acontecer, na terça será a mais dura fala que já dei até hoje sobre um presidenciável", escreveu o pastor. De sexta (29/08) para sábado (30/08), o sentimento em relação à candidata caiu de 49,47 para 42,7.
Dilma
Dilma experimentou um pico de menções depois das denúncias envolvendo a Petrobras, feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Publicadas na revista Veja, as informações da delação premiada de Costa à Polícia Federal envolveram políticos da base aliada como o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além do tesoureiro do PT, José Vaccari Neto, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA).
Mas o noticiário desfavorável não fez as postagens sobre a presidente ficarem mais negativas - no sábado da publicação da revista (06/09) o índice da presidente estava em 37,88 e, na segunda-feira, em 40,8. Na avaliação do Ibope Inteligência, as denúncias foram contrabalançadas pela entrevista que Dilma concedeu ao Estadão na segunda-feira, dia 8 de setembro, quando confirmou a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega, num eventual segundo mandato. Na ocasião, Dilma voltou a dizer que renovará a equipe em um eventual segundo mandato e afirmou que Mantega já avisou que não ficaria por mais quatro anos por razões pessoais.
Aécio
No caso de Aécio, o ponto alto de menções no Twitter foi a entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, no dia 11 de agosto. "No meu governo, vai haver previsibilidade com relação às tarifas. Ninguém espere por medidas mirabolantes. Temos de realinhar os preços", disse na ocasião. O candidato tucano também defendeu a construção do aeroporto em Cláudio (MG) e prometeu manter programas como o Bolsa Família se eleito. Na data da entrevista, o índice de sentimento em relação a Aécio era de 41,45. No dia seguinte, a avaliação subiu para 44,15.
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