Motivo de desentendimento entre as campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), o vídeo falso em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece declarando apoio à candidata pessebista tem como autor um blogueiro filiado ao PSDB.
Leandro Lima do Nascimento, 26 anos, admite ter sido o responsável pela montagem, mas afirma não ter tido intenções eleitorais com ela. Segundo ele, seu site é humorístico e isso está claro em várias mensagens na página.
Postado no YouTube na noite de quarta-feira (27), o vídeo veio à tona no dia seguinte e é uma edição feita a partir de peça publicitária da candidata ao Senado Marina Sant'Anna (PT-GO).
Lula aparece dizendo: "Eu conheço a Marina há mais de 30 anos. Por isso, tenho certeza de que ela é hoje a candidata mais preparada para ajudar a combater as desigualdades sociais". No original, o trecho termina com "em Goiás" - palavras suprimidas na montagem.
Vídeo
"Vi o vídeo da candidata a senadora Marina e vi a oportunidade de fazer uma piada", diz Nascimento, que é natural de Porto Alegre do Norte (MT), mas mora em Goiânia. "É pela piada, pela brincadeira. Como se diz na internet, pela zoeira."
Questionado pela Folha sobre sua filiação partidária, o blogueiro a princípio negou fazer parte de qualquer sigla. Entretanto, os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram Nascimento como integrante do diretório mato-grossense do PSDB.
Confrontado com a informação, Nascimento disse: "Já fui filiado a partido, mas hoje não estou filiado". "Acredito que na política partidária brasileira tanto faz quem ganhar que é a mesma coisa."
Inquérito
Após a repercussão do vídeo falso, tanto a campanha de Dilma como a de Marina defenderam inquérito para apurar a autoria da peça. A montagem já foi retirada do ar pelo Google, controlador do YouTube, a pedido da coligação liderada pelo PT.
Os petistas também entraram com ação no TSE por propaganda eleitoral irregular e pediram que o MPE (Ministério Público Eleitoral) investigue o caso. Em nota, o PSB definiu o vídeo como "tosco e fraudulento" e afirmou que recorreria às mesmas instituições para descobrir o autor.
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