Ela tem bastante experiência na administração pública: presidiu a Fundação de Ação Social (FAS) e a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), mas não participaria de uma eventual gestão do marido na prefeitura. Rafael Greca (PMN) afirmou que, se eleito, vai acabar com o “primeiro-damismo”, condição que ele já promoveu entre 1993 e 1996, nomeando a esposa, Margarita Sansone, para o secretariado.
Além de Margarita, Maristela Requião, Fani Lerner, Marina Taniguchi, Fernanda Richa, Marry Ducci, Regina Pessutti e Márcia Fruet acompanharam seus maridos no primeiro escalão da prefeitura de Curitiba e do governo do Paraná, uma prática recorrente pelo menos desde o início dos anos 1990.
Será o fim mesmo do “primeiro-damismo”? Nesta campanha, Greca diz que, numa eventual nova gestão “não dividiria” Margarita com a cidade. E que ela estará ocupada, cuidando da mãe, em idade avançada. O “ciúme”, se verdadeiro ou não, é constantemente verbalizado pelo candidato, que sempre que menciona a esposa, diz: “minha Margarita”.
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Margarita é bacharel em economia pela UFPR, mas se enveredou para o lado das artes. Na sua biografia, disponível no blog Margarita Sem Censura, constam ainda cursos de língua e literatura francesa, história da arte, arqueologia. Sua atuação na administração pública teve início neste campo: na segunda gestão de Jaime Lerner (1979-1983), fazia parte do Conselho Deliberativo da FCC. Houve repeteco na terceira gestão de Lerner (1989-1992) e mais tarde, presidiu a FCC na gestão de Cassio Taniguchi (1997-2000).
O foco na área social se restringiu ao período 1993 a 1996, quando Greca assumiu a prefeitura de Curitiba. Mesmo assim, os feitos de Margarita na FAS são bastante alardeados pelo atual candidato. “Minha Margarita antecedeu o Papa Francisco”, declarou ele no primeiro debate da campanha, no início de agosto, em relação ao trabalho feito pela esposa com os moradores de rua de Curitiba.
Superdimensionar o trabalho de Margarita tem sido uma prática constante de Greca. Recentemente, nas discussões sobre proteção à mulher vítima de violência, tem destacado a participação da mulher na criação da Pousada de Maria, ponto de abrigo lançado pela FAS em 1993 em parceria com a entidade social Lar Batista Esperança.
Segundo o candidato, a pousada teria servido de inspiração à Casa da Mulher Brasileira, lançada ainda pela gestão de Dilma Rousseff. Na verdade, várias capitais criaram casas semelhantes no início dos anos 90, e uma das pioneiras foi a Casa de Apoio Viva Maria, criada em 1991 em Porto Alegre, onde a ex-presidente começou a vida pública.
A despeito dos exageros de Greca, Margarita comandava a FAS quando foi lançado, por exemplo, o programa carrinheiro-cidadão, que serviu de embrião para a criação, em 1997 da Cooperativa dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis (Recoopere). Outra semente plantada por ela, já no comando da FCC, foi a iniciativa Rede Sol, que reúne artistas voluntários que se apresentam para pessoas confinadas em hospitais ou casas de abrigos. O programa dura até hoje.
Além das realizações conjuntas, Rafael Greca e Margarita Sansone enfrentaram juntos suspeitas que recaíram sobre um convênio do Ministério do Turismo (ocupado por ele entre janeiro de 1999 a maio de 2000) com a FCC, quando presidido por ela. Eles negam irregularidades.
No MON
Em 2003, Rafael Greca foi eleito deputado estadual pelo então PFL, mas foi se aproximando do então governador Roberto Requião (PMDB). Margarita foi nomeada assessora de Maristela Requião no Museu Oscar Niemeyer.
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