O juiz Fernando Andreoni Vasconcelos, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, negou nesta segunda-feira (26) um pedido do candidato Rafael Greca (PMN) para anular a investigação da prefeitura de Curitiba em relação aos objetos desaparecidos do acervo da Casa Klemtz.
O poder municipal abriu uma sindicância para apurar se as obras do acervo da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) estão na chácara do ex-prefeito, em Piraquara.
Greca declarou ao TSE obras similares às desaparecidas da Casa Klemtz
Leia a matéria completa“Diante da prevalência do interesse público sobre o privado, e ante o eventual dano ao erário, mostra-se juridicamente possível a sindicância para a apuração”, diz o despacho.
“A princípio, não se verifica abusividade ou ilegalidade na instauração da sindicância administrativa, tendo em vista que tal procedimento visa - pelo que se infere dos autos - a averiguação dos fatos descritos em relatório da Coordenadora de Acervos da Fundação Cultural de Curitiba, sobre objetos não encontrados no acervo da Casa Klemtz”, completa o magistrado.
A FCC apura o desaparecimento de pelo menos 12 itens do centro cultural, localizado no bairro Fazendinha.
O caso veio à tona na semana passada, quando a atual gestão, do candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT), afirmou que três dos itens – um lavatório do século 19, uma cristaleira “étagére” e um lavatório de quarto com tampo de mármore e espelho bisotado – estariam na Chácara São Rafael, de propriedade de Greca (PMN).
A sindicância já tem um relatório com histórico, descrição e fotos das obras. A FCC anexou ao documento um laudo técnico formulado por uma especialista em conservação e restauração de monumentos arquitetônicos, que comparou imagens e documentos do acervo da FCC com fotos publicadas pelo ex-prefeito em suas redes sociais.
De acordo com o laudo, a comparação entre as imagens do acervo com as publicadas em rede social e na edição na revista Caras, edição Paraná, de 1998, mostra que as obras possuem semelhanças.
Defesa
O ex-prefeito foi chamado para depor nesta terça-feira (27) na sede da Procuradoria do Município, mas não compareceu. O advogado Walter Agra, que fez as vezes de Greca, afirmou que ele não abrirá a chácara durante o período eleitoral e que, passadas as eleições, permitirá a entrada na propriedade para averiguações.
A defesa de Rafael Greca (PMN) alega que o caso tem sido usado de maneira eleitoreira. “O que nós queremos é abrir a casa para que tudo seja vislumbrado e não haja mais dúvida. Mas queremos que isso ocorra após as eleições”, completou Agra.