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| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A praticamente uma semana do segundo turno das eleições municipais, o horário eleitoral gratuito exibido na noite deste sábado (22) em Curitiba teve clima de luta, com os dois candidatos se apoiando em acusações mútuas para tentar chamar a atenção do eleitor.

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Por um lado, as “verdades surpreendentes” sobre o candidato Ney Leprevost (PSD), prometidas há dois dias pela coligação de Rafael Greca (PMN), foram “reveladas”. Dos seus dez minutos de propaganda na tevê, Greca usou todo o tempo para acusar seu adversário na corrida pela prefeitura de Curitiba, e também familiares dele, de envolvimento em episódios supostamente obscuros.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Ney Leprevost informou que vai se defender “das injúrias e mentiras da mesma maneira, através do horário eleitoral”.

“Tudo aqui hoje é verdade”, foi como começou o bloco de Greca. Durante os dez minutos, o programa acusou Leprevost de ter autorizado, quando deputado, negócios com um terreno público que havia sido doado a uma organização não-governamental. A campanha dá a entender que um irmão de Leprevost seria beneficiado.

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A propaganda também afirmou que o mesmo irmão de Leprevost é um dos envolvidos em um contrato que foi declarado irregular pelo Tribunal de Contas da União. À época, o TCU apurou irregularidades em convênios do Ministério do Turismo com uma ONG paranaense contratada para promover eventos e festas em Curitiba e no interior – o Instituto de Desenvolvimento da Organização Nacional de Excelência Administrativa (Iabras). Esta ONG, conforme a campanha de Greca, tinha ligação com uma empresa do irmão de Leprevost, que, junto com o Iabras, foi condenada a devolver aos cofres públicos R$ 1,75 milhão em 2014.

Além disso, Greca atacou Leprevost por ter em sua chapa o PCdoB, além de voltar a pisotear na formação acadêmica de seu adversário. Ele questiona a trajetória universitária de Leprevost, que se graduou em Administração pela Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) na modalidade de ensino a distância. A instituição foi fechada pelo Ministério da Educação após ter nota 2,49 na avaliação do MEC, numa escala de zero a 100.

Em um jornal de campanha distribuído recentemente, Greca atacou de novo o currículo universitário de Leprevost. Intitulado de “Jornal da Verdade”, o material destacou o “escandaloso diploma do Ney no Tocantins”. Leprevost recorreu à Justiça para tentar apreender a publicação, mas não teve o pedido acatado.

Leprevost

Por sua vez, Leprevost também usou parte de seu tempo na propaganda eleitoral desta noite para atacar seu oponente. O candidato do PSD ressaltou o fracasso de Greca em alguns pleitos eleitorais, como o de 2012, também pela prefeitura de Curitiba.

Ao mesmo tempo, Leprevost aproveitou para desvincular sua campanha de extremos políticos. “Não nomearemos extremistas de qualquer origem”, declarou o candidato. “Na nossa gestão, não haverá obras nem de direita nem de esquerda”, acrescentou.

“Bala de prata” questionada na Justiça

Leprevost tentou impedir a veiculação da “bala de prata” prometida por Greca na Justiça, mas teve o pedido negado. O pedido de liminar impetrado pelo candidato pelo PSD citou o caso conhecido como “Ferreirinha”, quando um falso pistoleiro apareceu no horário eleitoral gratuito, da campanha de 1990, dizendo que matava pessoas a mando do então candidato Carlos Martinez, adversário de Roberto Requião na corrida ao Palácio Iguaçu.

“O Paraná não tolera mais Ferreirinhas. O Paraná não tolera mais campanhas sujas. O Paraná não tolera mais marqueteiros deturpando verdades”, afirmou a coligação de Leprevost no pedido à Justiça Eleitoral.

Mas a juíza Sayonara Sedano, da 175ª Zona Eleitoral, entendeu que o “simples chamamento” para a propaganda não era ilegal. Porém a juíza destacou no despacho que está atenta a qualquer violação à legislação eleitoral que possa ocorrer na propaganda da coligação de Greca, “não tolerando qualquer ofensa que possa ser veiculada”.

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