Uma das principais propostas do candidato a prefeito de Curitiba Ney Leprevost (PSD) para a segurança no transporte coletivo da cidade não está previsto na legislação que regula o serviço da guarda municipal da capital.
A proposta dele pretende implantar, se eleito for, um grupo especial de guardas que trabalhariam também à paisana para proteger os passageiros dentro dos coletivos e terminais. O problema é que o Estatuto das Guardas Municipais e as legislações municipais sobre o tema não preveem que os agentes possam trabalhar de forma reservada.
No máximo poderiam fazer uma observação, mas não poderiam agir. Nem as legislações municipais preveem o trabalho. Para cumprir a promessa, Leprevost precisaria mudar o regulamento da guarda na capital.
Greca propõe novas ciclovias, desde que não “infernizem” motoristas em Curitiba
Leia a matéria completa“Esse grupo, que vamos implantar, é um Grupo Tático-Operacional que vai ter atuação diferenciada e inteligente no transporte coletivo da nossa capital. Serão equipes à paisana no interior dos ônibus que vão agir para coibir crimes como atentado ao pudor, assaltos ou ação de molestadores”, detalhou a campanha do candidato, por meio da assessoria de imprensa.
Contudo, a própria coordenadora do Centro de Formação e Desenvolvimento da Guarda Municipal, Cleusa Pereira, mencionou a dificuldade da proposta.
De acordo com ela, toda proposta para melhorar a segurança da capital, de qualquer candidato, será bem recebida pela guarda, mas o candidato eleito precisará modificar a legislação, abrindo a exceção. “O nosso regulamento fala em guarda uniformizado”, mencionou.
Ela ainda lembrou que é necessária capacitação específica para cada ação. Segundo Cleusa, a guarda já treina para trabalhar dentro dos coletivos, mas em operações específicas. Além disso, no final de setembro, reportagem da Gazeta do Povo mostrou que a Polícia Militar já tem realizado policiamento reservado dentro dos coletivos para tentar contar os roubos.
Segundo a assessoria de imprensa da campanha, se for preciso pedir alteração da atual legislação ou uma nova regulamentação, isso será solicitado pelo prefeito. “O que não se pode é que os crimes continuem nos ônibus. Por meio da gestão inteligente que Ney Leprevost quer implantar, essas equipes vão atuar combatendo e inibindo os criminosos”, afirmou o texto.
Leprevost também propõe colocar um sistema de alarme para motoristas e cobradores de ônibus para acionamento automático da polícia. Os coletivos da capital já possuem botão de pânico. A lógica de funcionamento deles, porém, não é divulgada para não expor os trabalhadores aos criminosos.
O candidato pretende ainda colocar unidades móveis e câmeras nos terminais e nos ônibus. Todas as estações-tubo e terminais da cidade já têm câmeras de monitoramento. Ao todo, são 622 câmeras apenas do transporte, fora as câmeras de vigilância. Ainda faltam câmeras nos ônibus.
STF e governistas intensificam ataques para desgastar Tarcísio como rival de Lula em 2026
Governo e estatais patrocinam evento que ataca agronegócio como “modelo da morte”
Pacote fiscal pífio leva Copom a adotar o torniquete monetário
Por que o grupo de advogados de esquerda Prerrogativas fez festa para adular Janja
Deixe sua opinião