O PSDB foi o partido mais vitorioso no segundo turno, mas o trunfo do PMDB para as eleições de 2018 é maior. O partido do presidente Michel Temer manteve o predomínio e saiu das urnas com uma força de 1.038 prefeitos eleitos e 7.536 vereadores. Serão eles os grandes cabos eleitorais na disputa pela presidência e por uma cadeira no Congresso daqui a dois anos.
O PSDB já era a segunda força eleitoral em 2012 e manteve a posição. Os tucanos somam agora 803 prefeitos eleitos – dos quais sete em capitais – e 5.346 vereadores. O PT, que quatro anos atrás tinha força semelhante ao PSDB, foi dizimado. Perdeu metade das prefeituras e metade das cadeiras nas câmaras.
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“O PMDB segue sendo central na política nacional. Ainda que não tenha protagonismo – basta lembrar que o último candidato a presidente foi Orestes Quércia, em 1994 – o partido é crucial para qualquer um que queira ser governante”, observa o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj).
“O desempenho dos candidatos todos em 2018 dependerá da capacidade dos vereadores e prefeitos agora eleitos em buscarem votos. E a melhor forma para isso é estar espalhado pelo Brasil o máximo possível”, explica o cientista político Adriano Codato, da UFPR. O PMDB conquistou quatro capitais, dobrando a participação que tinha em 2012.
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Ainda que o resultado cause impacto para os partidos políticos, Codato ressalta que, para o eleitor, o efeito não é tão forte. “O Brasil é muito grande, não é uma referência automática. Em grandes centros, o eleitor parece ter dado voto a outsiders, pessoas de fora da política tradicional”, diz. Para ele, o comportamento do eleitor vai depender ainda dos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Em entrevista à Agência Brasil, o professor do curso de relações internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Maurício Santoro destacou a fragmentação política. “É um fenômeno dessa década de 2010. A gente pode inferir que isso é uma consequência da crise política, uma bagunça maior nos partidos políticos majoritários na mira da Operação Lava Jato, que estão sofrendo o impacto das investigações. Isso abre espaço para outras legendas”, disse Santoro.
Nomes fortes
A derrota do PSDB em Belo Horizonte reforçou as pretensões políticas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que elegeu no primeiro turno o empresário João Dória e, no segundo turno, 11 cidades na Grande São Paulo. “Alckmin tirou um candidato do nada e venceu no primeiro turno. Conquistou espaço no cinturão do ABC. O problema é que há excesso de lideranças no partido, e a disputa interna pode desgastar o partido”, observa Monteiro.
Os resultados do segundo turno deram ao PSDB o comando de 24% da população brasileira. Segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo, é o maior índice desde 2000. Além de São Paulo, governará em Porto Alegre, Belém, Maceió, Teresina, Porto Velho e Manaus.
No campo da oposição, um nome que se fortaleceu foi o de Ciro Gomes, que conseguiu eleger o candidato do PDT na prefeitura de Fortaleza. Com a derrocada do PT, o ex-governador e ex-ministro pode aglutinar as forças da esquerda, observa o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro.
Em lados opostos, PRB e PCdoB crescem
O PCdoB foi o partido que mais cresceu em 2016, em termos proporcionais. Passou de 54 prefeituras conquistadas em 2012 para 81, alta de 50%. O bom desempenho se deve principalmente às conquistas no Maranhão, governado pelo comunista Flávio Dino. A sigla também conquistou a prefeitura de Aracaju (SE).
O PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, também teve crescimento expressivo, de 31% no número de prefeitos eleitos e de 33% no número de vereadores – o maior índice entre as siglas com mais representatividade.
A maior conquista eleitoral foi a prefeitura do Rio de Janeiro, com o senador Marcelo Crivella. Segundo a Folha de S. Paulo, porém, ele pode migrar para o PSB, com o qual já flertou no passado.
Contabilidade
Agência O Globo
Diante das análises de que sai enfraquecido por perder a eleição em Belo Horizonte (MG), e do fortalecimento do governador Geraldo Alckmin (SP), vitorioso na capital e em todo estado de São Paulo, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves elogiou o correligionário, mas avisou que o candidato a presidente do partido em 2018 não será feita apenas pela contabilidade de um estado ou do resultado em todos os estados, mas também por outras variáveis.
“Eu gostaria de ter ganhado em Belo Horizonte, mas os delegados do partido vão definir o melhor caminho com muita responsabilidade. Alckmin e [o ministro José] Serra são grandes nomes, mas vamos ter serenidade”.disse Aécio.
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