O domingo de eleição em todo o país foi marcado por uma derrota significativa do PT em São Paulo, com reflexos na disputa de 2018. Candidato à reeleição, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ficou em segundo lugar, perdendo para o tucano João Doria, que venceu logo no primeiro turno. Desde 1985, é a primeira vez que o PT não consegue formar um segundo turno em São Paulo, que é o principal centro eleitoral do Brasil.
A derrota em São Paulo, avaliam dirigentes petistas, passa principalmente pelo desgaste enfrentado pela sigla – que enfrenta a maior crise de sua história, na esteira do escândalo do Petrolão. Para o PSDB, a vitória também é significativa, especialmente levando em consideração o resultado geral, em todas as capitais brasileiras. Os tucanos venceram em duas capitais e estão presentes em outras nove no segundo turno da eleição. O PT venceu em Rio Branco e está no segundo turno apenas em Recife.
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Entre as cidades que terão segundo turno, está Porto Alegre, capital conhecida pelo reduto petista: o tucano Nelson Marchezan Junior disputará com Sebastião Melo (PMDB). O candidato do PT na capital do Rio Grande do Sul, Raul Pont, ficou de fora, em terceiro lugar.
Já o PMDB de Michel Temer também não registrou um bom desempenho nas principais disputas do país: perdeu com a senadora Marta Suplicy em São Paulo e com Pedro Paulo, no Rio de Janeiro, cidade até então nas mãos de um peemedebista, Eduardo Paes.
São Paulo
Doria não era conhecido do eleitorado, mas tempo de televisão e dinheiro injetado na própria campanha ajudaram a alçá-lo ao primeiro lugar ainda nas pesquisas de intenção de voto. Os mesmos levantamentos, contudo, mostravam um segundo lugar confuso – disputado de forma acirrada entre Celso Russomano (PRB), Marta e Haddad. Às vésperas do pleito, o petista conseguiu se distanciar dos seus dois principais concorrentes. Mas o fato não foi suficiente para levar a disputa para o segundo turno. Ao longo da campanha eleitoral, o discurso de “negação da política” também ajudou Doria, nome do ramo empresarial.
Mas o principal beneficiado da vitória de Doria é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), um dos pré-candidatos do partido para o cargo de presidente da República, em 2018. Alckmin enfrentou os principais caciques nacionais da sua legenda para garantir a candidatura de Doria. O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o ministro das Relações Exteriores, o senador licenciado José Serra (SP), preferiam o nome de Andrea Matarazzo para disputar a Prefeitura de São Paulo. As prévias do partido foram marcadas por brigas, a ponto de Matarazzo sair do PSDB e migrar para o PSD, ocupando a vaga de vice na chapa encabeçada por Marta.
Também pré-candidato à presidência da República, Serra acabou vendo o nome do partido na disputa de São Paulo ser confirmado à sua revelia. E Doria passou a campanha eleitoral reforçando o apoio que recebeu do “padrinho”. “Venho para ajudar a consertar, junto com as pessoas de bem, como o governador [de São Paulo] Geraldo Alckmin. Ele, que se Deus quiser, com a nossa força e a nossa vitória, vai ser conduzido, sim, à presidência da República em 2018”, discursou ele, nas semanas finais da campanha eleitoral.
Terceiro pré-candidato do PSDB para 2018, o senador Aécio Neves conseguiu levar seu candidato em Belo Horizonte, João Leite (PSDB), para o segundo turno, quando enfrenta Alexandre Kalil (PHS).
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