O candidato a vice-prefeitura na chapa de Rafael Greca (PMN), Eduardo Pimentel (PSDB), reiterou em sabatina realizada na Gazeta do Povo nesta segunda-feira (10), ao vivo, sua fidelidade e confiança no governador Beto Richa (PSDB). Pimentel, que era subchefe da Casa Civil do governo estadual, até ser exonerado para concorrer à prefeitura, avaliou o episódio que ficou conhecido como Batalha do Centro Cívico como um “um excesso de ambos os lados”. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) feriu centenas de manifestantes que protestavam contra mudanças no plano de previdência dos servidores. “O dia 29 de abril foi um fato que ninguém queria que acontecesse. Temos o maior respeito e vamos valorizar muito nossos professores. Não acompanhei os fatos de perto. Houve excessos dos dois lados e foi um momento ruim para a história do estado, mas foi algo que já passou”, diz, contando que não estava no Palácio Iguaçu porque estava fazendo agenda em secretarias. Ele explica que sua atribuição, no caso, era costurar apoio dos deputados estaduais. “Sei que era um projeto importante para o governo do estado e para a população paranaense e que nos ajudou a fazer um ajuste fiscal nas contas”, defende.
Assista à íntegra da sabatina com Eduardo Pimentel
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Interlocutor
Ele mostra intenção de manter esse papel de interlocução na vice-prefeitura, caso eleito. “Fiz muito tempo parte da Associação Comercial do Paraná. É uma articulação assim que me proponho a fazer, com entidades empresariais, sociais, com as comunidades”, afirma. Isso será feito também, de acordo com Pimentel, exercendo parcerias que não se restringirão ao estado, mas também ao governo federal. “Vou buscar recursos no estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, de infraestrutura e logística. E também recursos no Ministério da Saúde, Agricultura, na Caixa Econômica para habitação”, elenca. Não está descartada a possibilidade de ele assumir uma secretaria, se necessário.
Ajuste fiscal e revisão de contratos
Durante a entrevista, ele também descartou aumento de impostos, alegando que o que a chapa pretende é uma “gestão justa”. Para isso, defende chegar à prefeitura e avaliar a situação, inclusive por meio de verificação nos contratos e nos cargos em comissão. No entanto, quando questionado a respeito do contrato do transporte, descartou a possibilidade de rompimento. “Nós vamos discutir contratos e cumprir. Até o Greca propôs uma discussão transparente do contrato, com Ministério Público”, diz.
Greca, Richa e herança política
Sobre seu cabeça de chapa, Rafael Greca, Pimentel ainda comentou a fala a respeito da fala sobre o vômito com “cheiro de pobre”, dizendo que o candidato “não usou as palavras corretas”. “Na frase, ele estava valorizando o trabalho dos educadores sociais e pessoas que têm o dom de tratar dos desvalidos”, avalia. Ele também defendeu Greca no caso do sumiço das obras de arte da Casa Klemtz. “Não teria por que abrir a chácara se as coisas não estão lá. Ele provou na Justiça e obteve ganho de causa”, diz. Questionado sobre se confia em Greca e Richa, Pimentel disse sim para ambas as indagações.
Outra relação questionada foi a com seu avô, o ex-governador Paulo Pimentel, que optou filiar-se ao partido Arena quando o Ato Institucional 2 (AI-2), decretado durante a ditadura militar (1964-1985), instituiu o bipartidarismo. “Eu tenho orgulho da história do Paulo Pimentel como político. Fez um grande governo, um governo de modernização na época. Eu escuto muito ele, converso sobre política, e tenho orgulho de usar o sobrenome dele. Ele é um democrata e eu aprendi a fazer política com ele”, diz o neto.