Um dia após deixar a Esplanada dos Ministérios, o ex-ministro peemedebista Eliseu Padilha comparou nesta terça-feira (8) a carta do vice Michel Temer a uma “discussão de relacionamento” com a presidente Dilma Rousseff. Padilha, um dos líderes do PMDB mais próximos de Temer, oficializou sua saída da Secretaria da Aviação Civil na segunda-feira (7), o que foi interpretado como um indício de rompimento do partido com Dilma. Padilha disse ter decidido deixar o cargo por motivos “partidários, pessoais e funcionais”.
Em entrevista à rádio Gaúcha, Padilha disse que a relação entre os dois sempre foi de pessoas educadas, mas nunca se mostrou calorosa a ponto de “tomar vinho, uísque ou chope” juntos. Ao ser questionado sobre a carta desta segunda-feira, negou que ela represente uma ruptura entre o vice e a presidente mas disse que o documento é “muito expressivo” em relação às queixas do partido. “É uma discussão da relação, de como é que nós estamos. E aí, depois disso, [vão decidir] por vezes se voltam a uma relação mais próxima ou por vezes se vai para mais distância.”
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Leia a matéria completaAo falar sobre a frase que questiona a “confiança” de Dilma no vice, o ex-ministro disse que Temer considera que dificilmente o que não foi “conquistado” em cinco anos de governo será obtido nos três últimos anos de mandato. “Ele [Temer] é um homem fino, educado, mas, quando tem que ser uma pessoa dura nas palavras, ele é. Mas não significa que ele perdeu a condição de diálogo, de tratar aquilo que tem que ser tratado. Não foi rompimento, não.”
Impeachment
Ainda na entrevista, Padilha afirmou que hoje está, junto com Temer e “pessoas que buscam a temperatura” no PMDB, “avaliando o que o partido efetivamente quer”. “Para que ele, Michel, possa ser o exteriorizador, aquele que vai verbalizar o sentimento da maioria do partido”, falou.
Ele afirmou que o partido só deve ter uma posição sobre o impeachment quando houver um relatório do processo no Congresso. O ex-ministro também disse que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, se reuniu com Temer durante a madrugada para debater, “em nome do governo”, a situação.
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