O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, está afastado do governo de Michel Temer (PMDB) desde a quinta-feira (23). De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Padilha alegou problemas de saúde e viajou para Porto Alegre, onde tem residência, para fazer uma cirurgia para retirada da próstata. O pedido de licença ocorre um dia após as declarações do ex-assessor especial da Presidência da República José Yunes de que teria intermediado o recebimento e entrega de um envelope para Padilha. Ainda nessa semana, Padilha ficou internado por problemas urinários.
Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, a previsão inicial é de que Padilha retome seu trabalho como ministro no dia 6 de março. Ele já estaria em Porto Alegre, onde fez exames preparatórios para a cirurgia.
Fogo amigo abala ministro
As declarações de Yunes surpreenderam aliados do presidente – e acabaram trazendo mais um problema ao governo Temer. Auxiliares de Padilha afirmam, em caráter reservado, que a declaração de Yunes parece ser uma estratégia de “fogo amigo” para tirar o ministro da Casa Civil.
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José Yunes disse que intermediou o recebimento e a entrega de um “envelope” para Padilha. A encomenda, segundo ele, foi entregue em setembro de 2014, pouco antes da eleição presidencial na qual a chapa Dilma-Temer foi reeleita, pelo doleiro Lúcio Funaro, apontado por investigadores da Operação Lava Jato como operador do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Yunes disse que resolveu falar sobre o assunto para contestar a versão do engenheiro da Odebrecht, Cláudio Melo, que, em delação premiada, disse que Yunes recebeu em seu escritório a quantia de R$1 milhão para ser repassado para campanhas peemedebistas, via caixa 2.
O advogado afirma desconhecer o teor do envelope do qual serviu de “mula”. “O Padilha me ligou e me perguntou se eu poderia receber um documento que depois seria pego por outra pessoa. Eu disse que não teria problema”, disse. Questionado, ele disse não lembrar o tamanho e a espessura do envelope.
Internação em Brasília
Na última segunda-feira (20), Padilha foi internado com um quadro de hiperplasia prostática benigna. Ele teve uma obstrução urinária e precisou fazer um procedimento ambulatorial. O ministro já foi internado duas vezes nos últimos meses, em Brasília e em Porto Alegre. Padilha teve problemas de pressão e tonturas, o que foi diagnosticado como síndrome do desembarque, mal desencadeado por viagens aéreas.
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