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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a pedir empenho de sua equipe pela aprovação da emenda que prorroga até 2011 a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). E disse que ele mesmo entrará em campo para garantir o maior número possível de senadores aliados favoráveis à proposta.
O presidente pretende receber nos próximos dias senadores aliados para conversas. Segundo um ministro da cúpula de governo, Lula conversará com os governistas que demonstram posição inflexível contra a prorrogação da CPMF, como Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Expedito Júnior (PR-RO) e Jéferson Peres (PDT-AM).
A estratégia do governo, definida em reunião de coordenação política nesta segunda-feira (26), é fazer valer no Senado a negociação vitoriosa na Câmara que levou à aprovação da emenda da CPMF.
Na conversa com os senadores governistas, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reafirmará que os compromissos assumidos pelo governo serão cumpridos, mas não necessariamente antes da votação dos dois turnos da proposta que prorroga o tributo até 2011.
Essa foi a tática usada pelo ministro quando era líder do governo na Câmara durante a tramitação da PEC da CPMF. Ao reafirmar que o governo não termina após a votação e que ainda restam três anos, Múcio quer flexibilizar posições de senadores que tentam contornar questões da política local no embate com a administração federal.
Convocação extraordinária
Com uma posição maleável de alguns senadores, o governo, segundo avaliação do líder no Senado, Romero Jucá, entende ser possível votar o primeiro turno da contribuição na segunda semana de dezembro.
Segundo um ministro da cúpula do governo, não há hipótese de deixar a votação para o ano que vem e se descarta uma convocação extraordinária do Congresso para que permitir votação após 24 de dezembro.
Esse ministro disse que "o plano A e o plano B do governo é aprovar em tempo hábil" para não perder a arrecadação do tributo no começo do próximo ano. Por isso Múcio não quer trabalhar com a mais otimista possível de não ter senadores de partidos governistas contrários à prorrogação.
Reação
A estratégia do governo de desvincular as promessas da data da votação recebeu aprovação do líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). "Esse tratamento individualizado deve ser dado mesmo. É preciso que o governo faça uma conversa individual com o parlamentar. Cada senador é líder de si mesmo. Acho que presidente deve conversar pessoalmente com alguns senadores", disse Raupp.
O líder do PSB, no entanto, é cauteloso em relação a imprimir no Senado algo que foi tentado na Câmara. "Pode valer essa estratégia para um ou para outro [senador]. Alguém que tenha questão pontual, mas não é suficiente. A base não tem número seguro como tinha na Câmara, precisamos de um debate mais amplo", afirmou.
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