O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) enviou nesta segunda-feira (20) uma carta por e-mail a amigos para explicar consultorias prestadas por sua empresa, a Projeto, com três grandes grupos empresariais: Pão de Açúcar, JBS e Caoa. O texto é uma resposta à reportagem da revista Época divulgada no final de semana. Na carta, ele diz que, “novamente”, um órgão de imprensa “investe de maneira sensacionalista e espetaculosa contra a minha honra”.
Segundo a “Época”, documentos da firma de consultoria do petista, a Projeto, revelam que seu enriquecimento coincidiu com o momento em que ele assumiu a coordenação da campanha de Dilma Rousseff.
Alvo da Operação Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci teria recebido naquele ano, quando coordenou a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT), ao menos R$ 12 milhões de 30 empresas. A revista teve acesso à listagem das 30 empresas que teriam feito pagamentos a Palocci, parte de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público Federal.
Palocci teria recebido R$ 12 milhões de empresas em 2010, diz revista
Investigado na Lava Jato, ex-ministro da Casa Civil recebeu por consultoria quando coordenou a campanha que elegeu Dilma Rousseff
Leia a matéria completaUma delas foi o grupo Pão de Açúcar, que pagou R$ 5,5 milhões a Palocci em 2010. O primeiro repasse, de R$ 1 milhão, foi feito pelo escritório do ex-ministro da Justiça no governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014. Segundo Palocci, “foram prestados serviços técnicos de acompanhamento da aquisição de Casas Bahia, pelo acima nominado conglomerado varejista, trabalho este executado em parceria com o Escritório de Advocacia Márcio Thomaz Bastos”.
A carta diz ainda que a contratação já foi objeto de investigação e obteve do juiz federal de Brasília o arquivamento.
O Ministério Público investiga ainda pagamentos recebidos pelo ex-ministro do frigorífico JBS e da concessionária Caoa, que somaram R$ 6,5 milhões. Segundo a revista, a suspeita do MPF é que o serviço de Palocci não foi entregue e o JBS recebeu um empréstimo do BNDES que facilitou a empresa a buscar negócios no mercado de frangos nos EUA.
O ex-ministro da Casa Civil nega qualquer relação de seu trabalho com o financiamento do BNDES para a JBS.
Sobre a Caoa, ele diz ter feito um serviço técnico e que, se após quatro anos, “algumas montadoras vieram a obter prorrogação de regime tributário diferenciado do Congresso Nacional”, não há relação com sua contratação.
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