O presidente Michel Temer (PMDB) enviou nesta segunda-feira (12) uma carta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em que diz que o vazamento das delações gera um clima de “desconfiança, incerteza” e obstrui ações do governo.
Temer diz que sua administração está empenhada em reformas estabilizadoras para reverter os cenários social e macroeconômico de médio e longo prazo, destacando que a rapidez de uma resolução envolvendo as delações são medidas “indispensáveis à superação da situação fática vivenciada pelo país e que muitos prejuízos têm trazido à União e, consequentemente, a toda a população brasileira”. Ele também reforçou o apelo para que as colaborações premiadas “por ventura existentes sejam, o quanto antes, finalizadas, remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação e divulgação por completo”. “Com isso, a eventual responsabilidade criminal dos investigados será logo aferida”.
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Leia a matéria completaO presidente destaca que o “fracionado” e lento desenrolar dos procedimentos pré-processuais envolvendo “múltiplos agentes políticos, funciona como elemento perturbador de uma série de áreas de interesse da União”.
Na carta, Temer atribui a necessidade da agilidades nas investigações “a sérias crises econômica e política” que o país atravessa, destaca ações do governo para a retomada do crescimento e diz que o requerimento pela celeridade tem por objetivo ajudar o país. “A condução dessas e de outras políticas públicas a cargo da União vem sofrendo interferência pela ilegítima divulgação de supostas colaborações premiadas e investigações criminais conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF), quando ainda não completado e homologado”, escreve o presidente.
A iniciativa de Temer ocorre após ter o seu nome, e da cúpula do PMDB, citado na delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. A estratégia do governo é questionar a legalidade da divulgação, o que, para deles, poderia comprometer a delação. O escalado, inicialmente, para fazer as críticas ao vazamento seria o senador Romero Jucá (PMDB-RR), mas após diversas reuniões o presidente decidiu tomar iniciativa e assinar o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR) junto com a advogada-geral da União, Grace Mendonça. No sábado (10), Janot informou que iria solicitar uma investigação para apurar o vazamento de anexo de delação da Odebrecht.
A carta, enviada nesta segunda-feira (12), foi recebida às 16h55 por Janot, de acordo com a cópia do documento divulgado pelo Planalto.
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Leia a matéria completaTemer embarcou nesta tarde para São Paulo, depois de uma série de conversas e articulações para tentar conter o estrago da delações e os problemas causados na base aliada, que já começa a apresentar insatisfações, sinalizando até mesmo alguns desembarques do governo.