O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), informou nesta segunda-feira (19) que recebeu uma carta de representantes do Parlamento italiano sobre a decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político ao ex-ativista de extrema esquerda Cesare Battisti. Chinaglia encontrou-se com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na capital paulista.

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Segundo ele, a carta chegou na sexta (16). "Vou tomar conhecimento do conteúdo e, a partir dali, alguma resposta darei ao Parlamento italiano. Do que me comentaram, mas eu preciso de fato olhar, eles expressam o sentimento do Parlamento italiano, apelam pelo fato de eu ser oriundi e querem que, de alguma maneira, haja interferência da Câmara dos Deputados", disse.

O presidente italiano, Giorgio Napolitano, também enviou uma carta ao Brasil comentando a decisão. Napolitano manifestou "profunda surpresa" com a concessão de refúgio a Battisti, condenado à prisão perpétua por homicídio. A carta foi endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Quero ler primeiro [a carta] antes de dizer o que é possível ou não fazer. Agora, evidentemente, que eu interpreto como uma gestão de parlamento para parlamento e eles sabem perfeitamente que cabe ao poder Executivo qualquer mudança ou manutenção da posição porque é uma posição de governo."

Chinaglia disse que não conheço o caso e que não tem opinião formada sobre a decisão do Ministério da Justiça. "Dado que cabe ao Executivo agir e como houve a iniciativa do presidente do Supremo Tribunal Federal de pedir uma opinião da Procuradoria-geral da República, penso que está no âmbito devido", afirmou.

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